há um ano por esta altura estavam os portugueses inchados com a classificação do fado como património imaterial da humanidade.
como acontece normalmente com os portugueses, inchamos, desinchamos e passamos.
o fado não ficou nem mais forte nem mais fraco por via da classificação, as prometidas edições dos clássicos do começo do século não viram a luz do dia e os imensos estudos sobre a guitarra portuguesa não tropeçaram no prelo.
mas se o fado manteve a sua vitalidade sem isso, não irá morrer por falta disso, seguramente.
para comemorar a classificação fadista, e ao jeito aqui da casa, iremos inaugurar a semana (que como a guerra dos 100 anos não tem que durar exactamente o tempo que o seu nome indica) das músicas classificadas pela unesco.
falarei daquelas que eu gosto mais ou que conheço melhor, como está bom de ver.
serviço público tem limites…
hoje volto ao assunto do 'canto a tenore'.
este é o canto tradicional dos pastores da sardenha.
uma polifonia a quatro vozes (bassu, contra, boche e mesu boche), cantada em círculo e um pouco como no cante alentejano, o solista lança o começo da quadra e os restantes abrem a polifonia, com o bassu e o contra num estilo muito próximo do que usam os cantores de tuva com o seu canto gutural.
a forma de canto em círculo dá um som mais compacto para quem ouve e melhora a afinação para quem canta. o som grave do bassu serve de apoio e dá o ´tom' de terra à música.
o ‘cante a tenore’ mantém-se vivo nas tascas da sardenha e ganha a vida, felizmente, nos circuitos da chamada música do mundo.
nós agradecemos.
Fantástica sonoridade, melodia e vozes. No que diz respeito à postagem mais recente, o ouvido tem mais dificuldade em aderir, mas é tudo uma questão da subjetividade do gosto pessoal. Não conhecia esta música da Sardenha.
ResponderEliminarJá da música búlgara, gosto, conheci em tempos alguns temas e fiquei fã.
esta semana andarei por essas paragens teresa :)
ResponderEliminarUm tema 'bulgar' de que muito gosto:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=tY1jmKw2Ukw
Boa recolha musical (e que o património cultural musical não despareça, quer o apreciemos ou nem tanto)