27 de julho de 2012

Palácios nacionais ou como se dá vida à História

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(imagem: salão árabe em Palácio Nacional da Pena, roteiro de José Carneiro e Luís Filipe Gama)

 Não tendo por hábito recorrer ao lugar-comum “nos outros países tudo é melhor”, a imagem dos  palácios nacionais abertos ao público, pode ser utilizada enquanto contraditório. Apreciadora da arte renascentista, senti uma certa desilusão ao ter visitado magníficos exemplares da época, sobretudo na região francesa do Loire: no interior, os espaços encontram-se despidos de mobília e utensílios. O mesmo sucede em muitos palácios da velha Inglaterra – entra-se em salões de lareiras grandiosas, de áreas a perder de vista, olhando as divisões como quem vê – salvaguardando as devidas distâncias - uma casa recém-construída, posta à venda. É bom visitar os palácios nacionais e ver uma sala de música, onde o antigo cravo nos faz viajar a recitais , uma cozinha de onde pendem caçarolas de cobre e o fogão a lenha foi mantido, com os amarelos a rebrilhar de solarina, os salões onde decorriam conversas mais ou menos confidenciais. Estranha-se, nestes locais portugueses, a dimensão das camas, mesmo as de dossel, ficando-se a pensar como eram de pequena estatura os nobres de então, afirmação isenta de segundo sentido.

2 comentários:

  1. É mesmo verdade :)
    E em alguns palácios há actores que dão ainda mais sentido aos espaços, recriando cenas de quotidiano.

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  2. É certo, lalage. Na Pena, desde que contactados os serviços culturais, os jovens em visita de estudo podiam assistir à recriação de cenas. No palácio da vila, está a fazer um ano, assisti à representação de "Um auto de Gil Vicente" de Garrett e, no final, entrávamos num dos salões e assitiamos a danças da época, com o grupo (que também está aos domingos no castelo de S. Jorge) a dançar com trajes a rigor, danças da transição da Idade Média para o Renascimento, foi memorável (com cítara e alaúde, ao vivo):)

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