Iam a Bucelas, perfeitamente, pela serra!
Uma era do sitio e a outra de Lisboa . Não tinham o que se pode chamar intimidade, mas faziam-se boa companhia. 0 campo dava à lisboeta aquele gosto, aquele regalo que costuma geralmente dar aos citadinos : surpresas, uma certa beatitude, o despertar da imaginação...
No campo há sempre patentes as coisas naturais e nao de fabrico : o chão verde, o sol, a chuva, a água corrente e as nuvens. Até a gente que passa ou que trabalha nos parece mais espontânea e mais simples! Com isto e pouco mais se amanha uma paisagem de recreio, se passam umas boas férias rurais. Esta aldeia era de lavadeiras, construída em socalcos entre dois ribeiros. No verão dispensavam-se as suas melhores casas a gente de Lisboa. Mas os forasteiros, quer chegassem cedo quer chegassem tarde, de tão costumeiros que eram não produziam a minima impressão no indígena. E assim esta lisboeta temporã, arribada na Páscoa, corria os campos à sua vontade. A ela é que as novidades da terra, toda aquela rebentação primaveril enchiam de exaltação"
Adivinham quem escreveu?
Postal ilustrado do início do século XX, editado pela Bertrand.
Interessante escrita no feminino:)
ResponderEliminarA ver se adivinham, mas sei que já adivinhaste:)
ResponderEliminarRita Ferro? Lembrou-me muito o último livro dela, só que era sobre a Praia das Maçãs.
ResponderEliminarNão é a Rita Ferro não. Devo confessar que nunca li nada dela.
ResponderEliminarhttp://almanaquesilva.wordpress.com/page/2/
ResponderEliminarExcelente blogue o Almanaque Silva:)
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