18 de junho de 2011

belated bloomsday

of what did the duumvirate deliberate during their itinerary?

o dia 16 de junho já foi muitas vezes comemorado nesta casa.
umas vezes no dia, outras nem por isso.

music, literature, ireland, dublin, paris, friendship, woman, prostitution, diet

ulisses é o livro que eu passei mais horas a ler. durante alguns anos era quase uma espécie de apêndice que transportava sempre que viajava. como tem um estilo de escrita diferente em cada capítulo era como se transportasse um saco de livros que podia escolher para me deliciar.

the influence of gaslight or the light of arc and glow-lamps on the growth of adjoining paraheliotropic trees

este ano, em dublin, o bloomsday teve uma forma original de ser celebrado, para além da tradicional peregrinação por todo o trajecto de um pouco mais de 24 horas de leopold bloom: através da rede twitter (@11ysses), um conjunto de apaixonados por este apaixonante livro, enviou as mensagens necessárias para completar o texto completo e assim poder ser lido. como comentava alguém no twitter, podia ser lido como poesia.

he could feel my breasts all perfume yes and his heart was going like mad and yes i said yes iwill yes.

7 comentários:

  1. Leitora confessa de simplicidade/s não consigo deixar de (situando-me na outra margem) entender a importância de Ulisses na literatura universal, o monólogo interior a invadir de forma aparentemente incontrolável a trama narrativa seria factor suficiente para o destacar. É tarefa inútil listar algumas (ficarão sempre incompletas) razões de se ter tornado obra eleita por significativo número de leitores.Tendo seguido a homenagem à obra e ao escritor e elegendo o conto e não a narrativa de grande fôlego como modalidade prática para o quotiano, foi deliciosa leitura de juventude (a repetir um destes dias) a colectãnea de contos de Joyce intitulada 'The Dubliners', retrato ainda actual dos habitantes da sua acolhedora cidade.

    E muito do que vem da Irlanda - deixemos questões económicas deste mundo cruel um pouco em stand by - é apelativo com toda a subjectividade inerente à afirmação, talvez algumas parecenças até ingénuas que fazem sorrir, como estátuas à senhora de Fátima e pastorinhos espalhadas pelas localidades pequenas do sul ou a dona do café do lago que, no meio do nada, faz questão em mostrar que esteve em Portugal e vai buscar, como prova, um kitsch cinzeiro plástico com a estampa do galo de Barcelos, vindo à porta despedir-se em grandes acenos como se dirigisse a parentes que moram na distante província e só raramente encontra.

    Evitando ultimamente comentários-lençol, a Irlanda decerto (e também Joyce) explicam o desordenado conjunto de considerações.

    Obrigada pela evocação do 'bloomsday':)

    ResponderEliminar
  2. teresa,
    acho que grande parte da importância do ulisses como (para mim) maior obra da literatura moderna e, em grande medida, a sua obra fundadora, é a grande diversidade de experimentalismo estético que tem ao longo do texto.
    a primeira transposição para texto do caótico que é o nosso pensamento, naquele que é seguramente o capítulo mais 'complicado' do livro e aquele que mais leitores atira ao tapete, até ao monólogo de molly bloom, passando pelo teatro fantástico ou ao capítulo absolutamente isento de emoção (17) em que os factos são apenas descritos em absoluta crueza.
    o ulisses é simplesmente um livro de amor.
    ao contrário dos normais de livros de amor, que são sobre amor entre pessoas, este é o livro de amor por uma cidade.
    pode simples, se não o quisermos complicar.
    pode ser complexo se quisermos fazer leituras transversais que também lá estão.

    já foi um vício.
    continua a ser uma paixão.

    seguramente vou voltar a ele um dia destes, se o engenho a isso chegar
    :)

    ResponderEliminar
  3. já agora, e porque falas do dubliners (que aqui tem o nome de gente de dublin), acoselho, se por acaso não viste, o FABULOSO filme do john houston feito sobre o último conto (o morto).
    foi o seu testamento, feito conjuntamente com a filha e o filho (que acabou a montagem por o pai ter entretanto falecido) e já com um equipamento acessório de respiração.

    um enorme filme que é tão simples que até dói..

    ResponderEliminar
  4. jose quintela soares18 junho, 2011 18:16

    Exactamente, caro Carlos.
    Grande filme e muito esquecido.

    ResponderEliminar
  5. Não estou certa de ter visto o filme, obrigada pela referência embora, por vezes, seja quase impossível encontrar filmes mais distantes no tempo. O livro, certamente irei relê-lo e sim, também tenho a tradução dos livros do Brasil, 'Gente de Dublin'.

    ResponderEliminar
  6. http://youtu.be/z6FGIaWaQxA

    Génio absoluto.

    ResponderEliminar
  7. http://youtu.be/7bIWhN4sOZ4


    http://youtu.be/_NvD4TddmJo

    ResponderEliminar