29 de janeiro de 2011
Deolinda no Coliseu
Uma casa cheia de gente de todas as idades. Longe vão os tempos em que a área da plateia, livre de cadeiras, acolhia espectadores de pé a dançar ao som da música e – pasme-se – alguns de cigarro aceso… Os tempos são outros e salas repletas trazem aos músicos um merecido conforto. Concerto essencialmente composto de temas conhecidos pelos trabalhos editados em cd, é sempre uma festa ver este grupo ao vivo, mesmo sabendo que existem discordâncias por parte de alguns amigos com quem se fala sobre o assunto: encontrando-se o fado a aguardar a distinta menção de património mundial, não pode o mesmo ser impedido de seguir outros rumos ou de sofrer diversas influências, afinal não existe consenso quanto às suas raízes. Pensa-se que nada deve estagnar, merecendo revestir-se de novas cores, de novas sonoridades, de novos ritmos, de diferentes posturas em palco… O cenário é também um encanto para os olhos, que o «digam» as imagens criativas de João Fazenda: cordas de guitarra cujas notas são símbolos tão nossos, um gira-discos antigo, um Santo António a jogar à bola…
… E como protestar através das palavras cantadas já não é o que era – em nome da tal mudança a marcar o presente século – quase no final, o espantoso tema ainda não gravado «Parva que sou», do qual fica o texto a perdurar, qual preocupante alerta «que mundo tão parvo/ onde para ser escravo/ é preciso estudar»… Seguiu-se à sua apresentação um prolongado aplauso de pé por parte da jovem assistência: para determinada faixa etária, mais do que para gerações mais antigas, revestem-se as palavras de particular sentido.
Parva que sou
Um país de mestres desempregados!
ResponderEliminarPois é... e, como tal, sem a tal autonomia que com a idade deles muitos já tínhamos... :(
ResponderEliminaros deolinda são das melhores coisas que a música portuguesa nos deu nos últimos tempos (e tem dado imensas coisas muito boas).
ResponderEliminarpor coincidência, acabei de dizer que não podia aceitar um convite para o concerto desta noite... já que tenho eu que ir cantar umas coisas mais antigas... mas ficou a esperança de ter uma gravação do concerto já que anda por lá alguém conhecido a fazer as gravações dos dois dias..
Andam a gravar, sim, com excelente equipamento. Também fiquei com interesse em comprar um dvd quando estiver pronto. Ontem o coliseu esteve cheio, mas hoje estará mais do que cheio.
ResponderEliminarontem foi gravado em 3d e hoje está a ser gravado em 2d
ResponderEliminarCanção fabulosa. Banda sensacional.
ResponderEliminarNão fui desta vez. Passei a noite a rever, mais uma vez e passa a redundância "O sétimo selo" (obrigado, Tzinha!). Foi uma boa noite.
Também gosto muito dos Deolinda e das letras que nos falam ao coração e dizem muitas vezes, aquilo que pensamos e sentimos!
ResponderEliminarFui ver na sexta e adorei. Eles são mesmo extraordinários!!! E essa nova canção é uma bomba!
ResponderEliminarUm grupo que rompe dogmas com gritos que nos apetece a todos soltar.
ResponderEliminarApenas repito o que já descobri (antes deles, lol :-)): Para além de ser Parva..."Que Parva que sou" poderia ter sido escrito por mim...Já cantado, é melhor que seja a outra Ana a fazê-lo...;-)
...Questiono-me ainda se a falta de motivação dos nossos jovens estudantes, passa por aqui, de terem descoberto, que estudam e acabam escravos...:-(
Pegando no final do comentário da AnaMar, posso garantir que muita da desmotivação dos nossos jovens vem mesmo daí, dado eles muitas vezes a verbalizarem com argumentação bem articulada pois não são destituídos, como muita gente quer fazer crer... Estou a corrigir provas nacionais neste momento e o único que acertou numa rasteira de gramática (a palavra em questão pode ser advérbio, nome abstracto ou conjunção) é o que quer entrar em Medicina e, como tal, precisa de média mais elevada...
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