24 de dezembro de 2010
Um cíclico cessar-fogo
Olhando para o exterior fica-se a pensar que, pela primeira vez, só há menos de 24 horas se conferiu à casa alguns dos brilhos da época... Caixas trazidas da confusão do sótão pela energia das gerações mais jovens, responsáveis por cores e enfeites.
Dias em que lugares vazios em torno da grande mesa familiar reavivam passados... Agradece-se então à natureza o seu carácter cíclico, a fazer renascer espantos e risos de criança pela casa... Momento de sonhar com um cessar-fogo com temporários esquecimentos, no que diz respeito a preocupações comuns à generalidade.
Ganha sentido a lição literária do circular percurso do Cavaleiro que se inicia e conclui no aconchego do lar e a que não ficam alheias as marcas de recontos orais, como a da vida do pintor Giotto ou de Dante, por entre chamas, em busca de Beatriz:
[...] quando chegou em frente da claridade viu que não era uma fogueira. Pois era ali a clareira de bétulas onde ficava a sua casa. E ao lado da casa, o grande abeto escuro, a maior árvore da floresta estava coberta de luzes. Porque os anjos de Natal a tinham enfeitado com dezenas de pequenas estrelas para guiar o Cavaleiro.
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca
É simplesmente assombrosa a importância desta obra.
ResponderEliminarPasso a correr para agradecer a todos os autores do Dias a companhia que me fazem há já um tempo e desejar um óptimo Natal! ;)
Feliz Natal!!!
ResponderEliminar:)
Em nome de todos, Luísa, um grande agradecimento... E a janela foi lembrança facilmente identificada.
ResponderEliminarUm agradável Natal e um 2011 o mais leve possível:)
Retribuição de votos em nome de todos, Nuno e Paula:)
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