6 de agosto de 2010

orlando worm


(foto retirada do cartaz do espectáculo de homenagem dos 50 anos de carreira, em abril deste ano, no olga cadaval)

orlando worm introduziu em portugal o conceito de 'desenhador de luz'.
a luz num espectáculo serve para muito mais que iluminar os seus intervenientes, humanos ou adereços.
a luz realça, destaca, oculta, conta.
todos percebemos a diferença entre um espectáculo realizado de dia ou à noite; entre uma iluminação total e um 'desenho' de luzes que o acompanhe e o ajude a contar a história.
orlando worm foi o primeiro em portugal e desenvolver essa arte de ajudar a contar com as luzes.
seguramente, sem darmos conta disso, todos já assistimos a muitos trabalhos em que ele nos ajudou a perceber a história. na gulbenkian, na expo 98, no s. carlos, no s. joão, em inúmeros projectos de teatro, música ou bailado, desde que acreditasse, dava o contributo do seu imenso saber.
durante a longínqua 17ª exposição europeia de arte ciência e cultura, realizada em lisboa nos idos de 83, o grupo onde eu cantava realizou alguns concertos.
num deles, numa capela no alto do restelo, contámos com o saber de orlando worm. um homem que já era o maior nome da iluminação em portugal, acedeu a trabalhar de borla para um grupo de amadores. talvez porque o amor dele pelo canto fosse imenso e aquela música da época dos descobrimentos também lhe diziam muito.
para ele o fundamental era o resultado final. que a obra de arte final fosse um todo homogéneo e forte.
e ninguém melhor que ele para o conseguir.
as artes portuguesas perderam um homem mas não perderam o seu exemplo.

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