Não sei como.
Mas no princípio dos anos 60, o quinzenário “Camarada” era presença habitual no meu quarto, cheio de banda desenhada, fraquinha, mas naquele tempo era o que havia, ao lado do “Cavaleiro Andante” e dos Donalds e Mickeys.
“Camarada”????
Na época, apenas aos jornalistas era permitido tal tratamento, e não deixa de fazer confusão como a Censura deixou passar tal título.
Como era para crianças, talvez tivesse pensado que não fazia mal….
É uma “relíquia” da minha biblioteca.
Mas no princípio dos anos 60, o quinzenário “Camarada” era presença habitual no meu quarto, cheio de banda desenhada, fraquinha, mas naquele tempo era o que havia, ao lado do “Cavaleiro Andante” e dos Donalds e Mickeys.
“Camarada”????
Na época, apenas aos jornalistas era permitido tal tratamento, e não deixa de fazer confusão como a Censura deixou passar tal título.
Como era para crianças, talvez tivesse pensado que não fazia mal….
É uma “relíquia” da minha biblioteca.
Penso que entre os militares já era, e ainda é, o tratamento corrente, antes sequer de existir o Estado Novo.
ResponderEliminar"C'est un jolie nom, camarade" é uma velha e lindissima canção de Jean Ferrat que nos deixou no dia 13 de Março. Tinha 79 anos.
ResponderEliminara 'camarada' era, desde 1947, a revista da mocidade portuguesa, a 'bufa'.
ResponderEliminaro tratamento por camarada acontecia nas organizações fascistas (legião, mocidade...), não era um exclusivo dos comunistas ou socialistas.
no exército existia (não sei se ainda existe) a expressão: 'colegas são as putas, aqui somos camaradas'.
a censura e o fascismo sabiam muito bem distinguir entre 'camaradas' e 'camaradas'
a revista 'camarada' teve um papel 'decisivo' (não por conta própria) na banda desenhada portuguesa.
começou por ser distribuída por dois sócios (aguiar & dias) que, com base nesse contrato constituíram uma sociedade para a distribuição da revista mãos de fada e do tal mal famoso 'camarada'.
o camarada nunca se vendeu (mais tarde passou a ser quase exclusivamente oferecido) e o mãos de fada também não estava no seus melhores dias.
mas o fracasso comercial da camarada teve o tal papel determinante na edição da banda desenhada em portugal, porque foi na sequência desse falhanço que os sócios aguiar & dias decidiram criar o 'mundo de aventuras' para salvar o negócio.
o resto é a história da agência portuguesa de revistas e da banda desenhada em portugal..
No seguimento do esclarecedor comentário de Carlos, acrescento que em 1962 a revista era propriedade da "O.N.M.P."... e que a redacção e administração funcionavam no Palácio da Independência...no Largo de São Domingos....isto é, a sede da "Mocidade Portuguesa".
ResponderEliminarObrigado, Carlos.
Que aqui foi assinalo à data, caro Gin.
ResponderEliminarCaro Carlos:
ResponderEliminarE o grande rival do "Mundo de Aventuras" era o "Condor Popular", de formato menor, sem capa a cores e com um papel mais foleiro.
Mas uma coisa que me atrapalhava era que ao Buck Jones e o seu cavalo "Silver" do "Mundo de Aventuras" correspondia no "Condor popular" o Lúcio O Cherife e o seu cavalo "Prata".
Como não sabia ainda inglês, também me recordo de pronunciar como "té" o "the" no nome do Billy The Kid.
Tenho pena de ter dado isso tudo mas é uma consequência de mudar de casa, o que no meu caso já sucedeu 7 vezes desde a adolescência. E esta "pena" é relativa pois ainda tive o bom senso de os dar, em vez de os pôr para o lixo.
Mas o que é que isto terá a ver com o tratamento por camarada?
CMD
camarada cmd :)
ResponderEliminaro condor tinha quase sempre uma capa a duas cores (preto e outra cor).
era, de facto o irmão mais barato do mundo de aventuras, embora tivesse existido também a revista condor, prima do cavaleiro andante e dos primeiros tempos do falcão (quando o falcão era de formato grande.
claro que o bil té kid sempre foi assim, tal como o davi croquete sempre teve nome de frito de aproveitamento de carnes.
o lúcio, shefife de alkali city, o joão tempestade (johnny hazard), o zé sopapo (joe palooka), o mascarilha (lone ranger) o calidano (matt mariot) o red ryder que tinha também um nome em português.. tudo isso gerou numa certa altura uma espécie de bipolaridade que não era saudável para uma cabecinha tão pequena..
o supra sumo era o battler britton rebaptizado em portugal com o pomposo nome de jaime eduardo de cook e alvega... até com a ascendência completa: ribatejano pelo pai (claro que o macho tinha que ser português) e inglês pela mãe..
portugal era uma fantasia pegada...