27 de fevereiro de 2010

Sábado é dia de feira



Uma ida à feira de Almoçageme é sempre um momento de festa. Especialmente em manhãs como a de hoje, com o vento a assobiar e alguma chuva a pingar timidamente. Para os vendedores, não será decerto propícia a meteorologia , mas para quem aprecia percorrer o espaço sem chocar a todo o momento com os fregueses habituais, alegra a sensação de termos um mercado só para nós, convertido em atenções redobradas para com os clientes, no desespero de se salvar um dia de vendas.
«Pode levar à confiança que isto é tudo meu, menos estas coisas aqui e aquelas (aponta o tomate cherry e os morangos a ostentar um ar de acidez e de estufa pouco convidativo). O feijão é da minha lavra, as maçãs da várzea de Colares e os ovos são das minhas galinhas, tenho cinquenta, e dou-lhes da nossa comida lá de casa». A minha amiga R. tinha acabado de me informar que o irmão vem de propósito de Lisboa para comprar os ovos, acabei por não resistir, apesar da questão da alimentação das aves galináceas me ter feito pensar se teriam as ditas sido convertidas em animais carnívoros ou, pior ainda, prestes a devorar os semelhantes…
As flores do campo deixaram, no interior do carro, um cheiro adocicado que me fez regressar aos passeios campestres da infância.

10 comentários:

  1. É sempre bom vir ao seu blogue, aprendo. Aprendemos sempre uns com os outros.
    Bom fim de semana
    Anad

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  2. Obrigada, Anad.

    Eu sou uma pequenina parte deste blog e, por isso mesmo, agradeço em nome de todos os contribuidores.

    Um excelente fim de semana para si:)

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  3. E já o posso confirmar com «um saber de experiência feito», acabadinhos de estrelar num almoço a desoras, como quase todos os de sábado:)

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  4. Não resisto ... é a visão de uma citadina da feira saloia ( não há aqui qualquer sentido pejorativo, pois como sabes, também eu sou saloia dessas bandas, e com muito gosto!).Adorei o pormenor da foto dos ovos, das flores e dos feijões ... divinal!

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  5. Pois é!
    Mas as histórias que ele tinha para contar sobre o mercado, aos sábados de manhã em Almoçageme, um coreto no meio, as bancas de peixe paredes meias com a igreja, o quiosque dos jornais, dos vendedores de fim-de-semana lá em cima na Azóia, dos vendedores de fim-de-semana já na estrada a caminho de Colares. O gosto pelo passeio, a vontade louca de cair em floresta de enganos. As gentes.

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  6. Felicidade,

    Quando voltares a ter tempo para outro almoço, ainda me hás-de explicar a tal visão citadina do campo, isto porque acho piada à tua observação e ainda não a consigo compreender a 100%. Vivendo há tanto tempo na região saloia, a dita visão não devia ter perdurado por tanto tempo (será uma herança genética mais forte do que estar por aqui 'prantada'?). Mas deves ter razão, porque as pessoas cá da terra às vezes olham para os 'outsiders' assim como que a medi-los e eu bem me esforço por me integrar, mas talvez com pouco sucesso:)))

    Bjinho

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  7. Caro gin,

    Com tanta vivência nesta bela região, certamente haverá de sair um belo post num destes dias:)

    Abraço

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  8. Ora, cá está o post comprovativo do nosso passeio até à feira.
    Essa de "as minhas galinhas comem o mesmo que nós lá em casa" não me convenceu totalmente...:-)
    Ainda não provei os ovos, mas o raminho de coentros é do melhor que há.
    Até mais logo!

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