8 de fevereiro de 2010

A «chanson» minimalista

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(imagem:chorus-2)
Fugindo a atrevimentos em terrenos escorregadios e tendo procurado, uma vez mais, definições precisas para Pós-Modernidade, revelou-se o peso de uma pouco esclarecedora erudição ou , por outro lado, surgiram as mesmas sob a forma de rótulos demasiado simplistas para o conceito. Acabei por me circunscrever aos próprios botões, dado não pertencer aos Amish podendo, portanto, utilizá-los (aos botões, é claro).
Tal pensamento surgiu após o concerto de Albin de la Simone no passado sábado, no Instituto Franco-Português. Eram curiosos os comentários no final: «as letras são disparatadas», «gosto mais de o ouvir cantar do que quando se põe a falar entre canções», etc., etc., etc… é que o músico, entre cada tema, lia textos em Português registados num caderno escolar, apresentando desculpas de cunho surrealista para o sotaque como o encontrar-se ainda sob o efeito de uma prolongada anestesia recebida no dentista…
A título pessoal, a associação aos pós-modernos, prendeu-se essencialmente com os recursos instrumentais minimalistas, bem como com as letras das canções: teclados em vias de extinção do agrado de alguns bons pianistas do meu tempo, uma guitarra original a imitar uma bola de futebol e letras a tocar (aparentemente, arriscaria eu) o ‘nonsense’. O efeito foi curioso e – sem pretender ser dualista – aspecto recusado pelos pós-modernos, alguns dos temas demonstraram que a «chanson française» se encontra de boa saúde, trilhando novos percursos… Afinal, os instantâneos de um quotidiano em que todos nos revemos também podem fazer parte de partilha musical, como se pode constatar em Catastrophe.

2 comentários:

  1. Sem duvida um dos melhores concertos de sempre. As letras sao non-sense, nao têm contexto?
    são sim, fruto de uma imaginaçao e humores inteligentes. Os variados pianos mostrados (teclado grande, sintetizador e teclado de "chao") revelaram-se momentos de grande diversao no concerto. Gostei muito, mesmo. e ainda hoje, no carro a ouvir catastrophe, consegui sentir o mesmo que senti enquanto o coro e aquele engraçado senhor a tocavam empenhados! ADOREI TUDO. beijinhos

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  2. Bjinhos, deu para perceber o teu entusiasmo, miúda :0)

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