25 de janeiro de 2010
A CIDADE É A EXPERIÊNCIA QUE DELA TEMOS
Neil Diamond já não vai ter mais desculpas para mnão levar flores à Barbra Streisand, ela que também se queixara que não mais ele lhe cantara canções de amor.
Isto é uma maneira, como outra qualquer, de começar o texto em que vos quer dizer, lembrar, que no Mercado da Ribeira já se pode voltar a comprar flores.
A Barbra e o Neil vêm atrelados, mas o que ele quer mesmo dizer é que tu, e tu, poderão voltar a levar flores para casa, ou para oferecer. Mais ainda: quem não tem a quem enviar flores – o que ele não acredita… – que ofereça flores a si próprio. É bonito e, por vezes, faz bem gostarmos de nós próprios.
Há mais ou menos uma década, estupidamente, enviaram o mercado de flores, que havia na Ribeira, para o MARL, lá para o cu de Judas. Ficaram as floristas dos ramos de casamento, das coroas para funerais, onde não apetece ir porque faltam ali centelhas de vida e são umas careiras-de-alto~lá~com-o~charuto.
Há dias leu uma história. Alguém dizia que no Verão de 59, recorrendo à sua incipiente colecção, gravara uma cassete para dar à namorada. Estava lá “You’ll Never Never know” dos “Platters. O tempo levou-lhe a namorada e as músicas. Nunca recuperou a namorada, mas as músicas foram voltando ao longo dos anos.
Sabe-se, as músicas voltam sempre, tal como as flores ao Mercado da Ribeira.
Passem por lá. Sintam as cores e o cheiro das flores, depois quando chegarem cá fora, agora que um sol, ainda tímido, já começa a romper as nuvens cinzentas, podem ir até à beira-Tejo, uma certa maneira de refúgio do findar da tarde, ouvir o grito das gaivotas e sentir aquele cheiro a mar que é o que aquele rio é: um mar!
Os encantos da conversa inútil têm destas coisas: já não sabe se veio pela flores no Mercado da Ribeira, se pela canção da Barbra e do Neil.
Veio pelas duas, claro.
“Lembro-me de tudo o que me ensinaste
Aprendi a rir, e aprendi a chorar
Aprendi a amar e aprendi a mentir
E pensaste que eu podia aprender
A dizer-te adeus”.
Mercado da flor regressa à Ribeira
ResponderEliminarAutor: Nuno Sá Lourenço, Fonte: Público
O Mercado da Ribeira, em Lisboa, volta a ter um mercado da flor. Foi reaberto esta sexta, dia 13. A partir de agora, às sextas funciona das 16 às 20 horas. Às segundas e quartas-feiras abre das 7 às 14 horas.
Só soube que o “Mercado da Flor” reabrira em 13 de Novembro de 2009, quando, na pág. 22 do “Diário de Notícias” de 31 de Dezembro do mesmo ano, leu a notícia. Até aí desconhecia. Soube uma série de coisas inúteis, que não interessam a ninguém, mas desconhecia a reabertura.
ResponderEliminarDeixou que passasse a ressaca natalícia para fazer um pequeno texto. Só hoje deu com as notas que preparara dentro do livro, que na altura comprara num alfarrabista, e que ontem começou a ler – “Reflexos Nuns Olhos de Oiro” da Carson McCullers, que vai ter direito a começo mas também merecia a beleza das capas.
Entendeu que qualquer altura é boa para falar de mercados, de flores, de canções, do que faz a diferença dos Dias Que Correm…
Este não é nem nunca foi o Mercado da Ribeira, é o Mercado da Av. 24 de Julho. Aquele foi demolido por aí há dezena de anos ou mais. É um erro comum que se vai tornado em verdade.
ResponderEliminarTens toda a razão,Carlos, mas não há volta a dar. Como dizes um erro comum que assim vai ficando. Por ele fala... chama-lhe sempre, mas sempre, Mercado da Ribeira. E as vezes que, ao verdaeiro, foi comprar fruta e peixe, antes e depois do 25 de Abril depois do 25 de Abril pelo que a destruição deverá ter ocorrido uns dois ou três anos depois.
ResponderEliminarUm abraço
Ainda que não seja o mesmo mercado...
ResponderEliminarPelo menos há flores!!!!
E livros, ao que parece...
Mas...saudades da minha velha e querida LISBOA!!!!