30 de setembro de 2009
O efémero jornalístico
Alguns furos jornalísticos (sendo cada vez mais equivalentes a 'fogachos') acabaram por me trazer dois apontamentos à memória sem que neles encontre qualquer articulação lógica:
1)- um professor canadiano, ex-jornalista, que um dia nos contou numa aula:"em princípio de carreira enviaram-me de urgência a casa de uma jovem, para uma entrevista, o seu marido tinha acabado de falecer de acidente de trabalho. Cheguei precipitadamente, toquei à campainha e apareceu-me a rapariga, sorridente, que aspirava a casa. Percebi de imediato que ainda não estaria informada sobre o trágico acontecimento e não me caberia a mim dar-lhe a notícia. Apresentei uma desculpa inconsequente e recusei-me a fazer a entrevista."
2)- uma acção de formação na qual era dito que o índice de desenvolvimento de um povo se media pelo número de jornais diários vendido.
E tudo isto surgiu de modo desordenado ao ter deparado hoje com o seguinte poema:
Que faremos destes jornais, com telegramas, notícias,
anúncios, fotografias, opiniões…?
Caem as folhas secas sobre os longos relatos de guerra:
e sol empalidece suas letras infinitas.
Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens?
Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o céu.
De dia, lemos na flor que nasce e na abelha que voa.
De noite, nas grandes estrelas, e no aroma do campo semeado.
Aqui, toda a vizinhança proclama, convicta:
“Os jornais servem para fazer embrulhos.”
Cecília Meireles, «Jornal, longe» , Obra Poética
Penso que também terão usado Lux...
O sapatinho
r
Esta senhora pedia para o seu sapatinho no Natal de 1958:
"Boas notas para o meu filho e que o público continue, como até aqui, a vir aos meus espectáculos"
Reconheceis?
Laura Alves. Acertou o pão.
Esta senhora pedia para o seu sapatinho no Natal de 1958:
"Boas notas para o meu filho e que o público continue, como até aqui, a vir aos meus espectáculos"
Reconheceis?
Laura Alves. Acertou o pão.
Um rosto invulgar
Era uma prometedora actriz, muito jovem, que contava à Flama em 1958, quais os desejos para as prendas de Natal.
"Que o menino Jesus me ofereça óleos, cavaletes e livros, para pintar e estudar."
Se olharem bem, reconhecerão os seus traços em duas talentosas mulheres do nosso panorama cultural.
Quem é?
Armanda Passos ou Maria Armanda de Saint-Maurice Ferreira Esteves.
Os anónimos acertaram.
A Fruta é rica
Um anúncio da Compal que hoje seria politicamente incorrecto. Estas latinhas eram bem mais giras que as embalagens actuais.
COMEÇOS DE LIVROS
“Naquele tempo o deserto era povoado por anacoretas.”
”Assim começa “Thais” de Anatole France. Poderia ser uma outra, mas a tradução que tem em mãos, é a que o avô fez.”
Há precisamente um ano iniciou a sua colaboração no “Dias Que Voam”.
O que atrás leram foi o começo desse primeiro texto e que terminava assim:
”Esta invocação de “Thais”remete-o, para alguns jantares com o pai. Quando as garrafas já iam adiantadas e a filosofia escorria pelo vidro dos copos, citava o início do “Thais” em francês: “En ce temps-là le désert etait peuplé d’anachorètes.”
Depois acrescentava-lhe a tradução. Ficava durante alguns segundos com o braço no ar, um sorriso ao canto da boca, os olhos perdidos não se sabe onde.
Gosta de ficar a pensar que o seu fascínio por começos de livros, talvez venha do tempo desses jantares com o pai.
“En ce temps-là...”
Por Março deste ano, o “Público” convidou alguns escritores a revelarem qual o começo de livro de que mais gostavam. Este é o de Vasco Graça Moura:
“En ce temps-là, le désert était people d’anachorètes”
“Thais” de Anatole France. Edição ilustrada da Librairie des Amateurs.
“Naquele tempo, havia muitos anacoretas no deserto.” (Tradução de Vasco Graça Moura)
É a primeira frase da “Thais”, de Anatole France, de que eu tenho a edição ilustrada da Librairie des Amateurs (Paris 1909). A razão é simples e tem menos a ver com a litaratura do que com uma enorme admiração por alguém: há um bom par de anos disse ao Eduardo Lourenço (creio ter sido no Brasil) que tinham acabado de me oferecer esse livro. E ele, semicerrando os olhos como a contemplar o deserto, disparou: “Ah, a Thais… En ce temps-là, le désert etáit peuplé d’ anachorettes…”
Foi com comoção que leu esta citação de Vasco Graça Moura.
Fez de imediato o registo de que, quando fizesse uma ano de colaboração no blogue, voltaria a tudo isto:ao avô, ao pai,, dois homens que lhe traçaram os passos e tudo o resto. Também um regresso a “Thais” ao tempo em que o deserto estava cheio de anacoretas.
Um belo começo de livro, também uma maneira feliz de dizer o quanto lhe tem agradado andar por aqui. Sentir o desejo de, também, deixar um obrigado aos viajantes dos "Dias Que Voam", bem como aos restantes colaboradores.
29 de setembro de 2009
A sereia e o Lux
Deste anúncio não me lembrava. Outra estrela do Lux: Esther Williams.
Eu uso o sabonete Lux.
Este anúncio é para o Mário, pois claro.
1952
o granel está instalado
cavaco silva falou.
recuperou o apoio do psd para as próximas eleições, já que o do ps e da esquerda nunca o teria.
depois de ter contribuído grandemente para a derrota de manuela ferreira leite, cavaco vem agora recuperar o seu antigo partido para as presidenciais, dando-lhe ao mesmo tempo um bom empurrão para as autárquicas.
cavaco falou e disse o quê?
que não sabia nem estava interessado em saber se os seus conselheiros participaram no programa do psd (nem o próprio programa do psd deve ter dado por isso...), e que se o fizessem, teriam todo o direito a isso. coisa bastante discutível já que a presidência da república é um órgão e não uma pessoa. e se a pessoa que é 'o' presidente se mantém independente, o mesmo deverão fazer as pessoas que ele chama para o assessorarem no órgão que ele representa.
disse igualmente que a questão das escutas foi chamada à colação pelo ps através da publicação dum mail pessoal, de cuja legitimidade duvida, mas que os próprios confirmam, discordando apenas do facto de ter sido divulgado.
para suportar essa afirmação lembra o facto do mesmo ter sido publicado mais de um ano depois da sua transmissão, esquecendo o facto de um outro jornal ter voltado a falar do assunto das escutas imediatamente antes do inicio da campanha eleitoral e de a publicação do mail ser 'em resposta' à noticia requentada e oportunamente colocada em primeira página do 'público'.
resumindo, cavaco ataca em força o partido socialista, recuperando o apoio do psd, que lhe estava a fugir.
cavaco devia aprender a lição da manuela ferreira leite: quanto menos falar, melhor.
esta declaração de hoje, para além de transformar o ambiente político num granel digno do parlamento da coreia do sul, é um enorme tiro no pé, no que respeita à sua imagem de independência.
mas o desejo de manutenção no cargo é muitíssimo mais forte....
a noite de todos os contentamentos
a noite de domingo foi a noite de todos os contentamentos.
raramente o resultado de umas eleições agrada a tanta gente simultaneamente e tanta gente em simultâneo se declara vencedora:
o ps, que um mês antes das eleições estava em risco de as perder, clama vitória porque realmente as ganhou: foi o partido mais votado e vai continuar a formar governo.
o cds regressou aos 10%, aumentou deputados e comeu uma larga fatia ao seu irmão de campo, o psd.
o bloco duplicou deputados e, embora ache que a primeira coisa a nomear na noite das eleições seja a provavel substituição da ministra da educação (na verdade, a esmagadora percentagem do seu aumento vem do voto dos professores que fogem do ps mas acham que os braços do pc e do inefável presidente do seu sindicato é tudo menos boa companhia), clama vitória porque, de facto, ganhou alguma coisa (embora não saibam muito bem para quê).
a cdu desceu para 5º, mas isso é uma coisa irrelevante comparada com a subida de votos e deputados: ganhou, portanto.
2/3 do psd ganharam porque queriam que a manuela ferreira leite tivessa uma derrota suficiente para regressar à sua reforma e às pantufas.
mesmo naquela espécie de proliga (a 'segunda divisão' do campeonato de basquetebol, em que os clubes desta jogam com os da primeira embora os pontos ganhos só contem para o campeonato de cada um deles) do grupo dos 'pequenos partidos', o pctp/mrpp ganhou porque ultrapassou os 50 000 votos e ganha direito a subvenção até às próximas eleições.
e até eu ganho porque me sinto cada vez menos sózinho com o meu voto...
a provar o contentamento generalizado, a bolsa subiu 0,83% no day after, a provar que 'o mercado' recebeu com agrado os resultados.
pelo meio sobram uns politólogos a discutir sobre a governabilidade e a provável previsão de eleições em 2011, por causa da composição do parlamento.
os mesmo que acham que a alemanha se governa muito bem... com uma composição muito semelhante à nossa: a ler cdu no lugar do ps; spd no lugar do psd; liberais no lugar do cds; verdes no lugar do bloco; e os ex. pc no lugar da cdu.
até as percentagens são parecidas.
mas é está tudo bem e aqui o governo estará em apuros...
eu sei que eles têm que dizer coisas, podem dizer as coisas calados.
raramente o resultado de umas eleições agrada a tanta gente simultaneamente e tanta gente em simultâneo se declara vencedora:
o ps, que um mês antes das eleições estava em risco de as perder, clama vitória porque realmente as ganhou: foi o partido mais votado e vai continuar a formar governo.
o cds regressou aos 10%, aumentou deputados e comeu uma larga fatia ao seu irmão de campo, o psd.
o bloco duplicou deputados e, embora ache que a primeira coisa a nomear na noite das eleições seja a provavel substituição da ministra da educação (na verdade, a esmagadora percentagem do seu aumento vem do voto dos professores que fogem do ps mas acham que os braços do pc e do inefável presidente do seu sindicato é tudo menos boa companhia), clama vitória porque, de facto, ganhou alguma coisa (embora não saibam muito bem para quê).
a cdu desceu para 5º, mas isso é uma coisa irrelevante comparada com a subida de votos e deputados: ganhou, portanto.
2/3 do psd ganharam porque queriam que a manuela ferreira leite tivessa uma derrota suficiente para regressar à sua reforma e às pantufas.
mesmo naquela espécie de proliga (a 'segunda divisão' do campeonato de basquetebol, em que os clubes desta jogam com os da primeira embora os pontos ganhos só contem para o campeonato de cada um deles) do grupo dos 'pequenos partidos', o pctp/mrpp ganhou porque ultrapassou os 50 000 votos e ganha direito a subvenção até às próximas eleições.
e até eu ganho porque me sinto cada vez menos sózinho com o meu voto...
a provar o contentamento generalizado, a bolsa subiu 0,83% no day after, a provar que 'o mercado' recebeu com agrado os resultados.
pelo meio sobram uns politólogos a discutir sobre a governabilidade e a provável previsão de eleições em 2011, por causa da composição do parlamento.
os mesmo que acham que a alemanha se governa muito bem... com uma composição muito semelhante à nossa: a ler cdu no lugar do ps; spd no lugar do psd; liberais no lugar do cds; verdes no lugar do bloco; e os ex. pc no lugar da cdu.
até as percentagens são parecidas.
mas é está tudo bem e aqui o governo estará em apuros...
eu sei que eles têm que dizer coisas, podem dizer as coisas calados.
é uma limpeza...
os herdeiros da sociedade nacional de sabões decidiram há uns anos investir o dinheiro em coisas que não incluissem tanta gordura animal, ou hidroxidos de potássio e sódio.
coisas mais limpas, digamos assim.
com a experiência das sabonárias, rapidamente limparam o diário e o semanário económico, 18% da impresa, 7% da pt.. e chegam agora à media capital.
antes das eleições o conjunto da oposição entrou em histeria colectiva (e o governo emprenhou pelo ouvido, como diria a dona judite de sousa do primeiro ministro numa recente entrevista...) por causa da intenção de compra da media capital por parte da pt.
nessa altura, o director da tvi saiu do canal e vieram mais uns gritos histéricos sobre a asfixia.
josé eduardo moniz embolsou uns largos milhões e foi para a ongoing (a tal que nasceu dos sabões).
passado menos de 2 meses a ongoing compra parte da media capital, assume a sua direcção e josé eduardo moniz volta a ter controlo sobre a empresa que lhe pagou uns milhões há menos de 2 meses.
claro que agora a asfixia não existe (como obviamente nunca existiu antes...) e já se trata de um normal negócio no mercado (mesmo que a ongoing seja agora accionista de referência na pt, impresa e media capital) sem nenhuma perigosa concentração de poderes nos meios de comunicação...
a dona manuela moura guedes (que obviamente só era pivot por ser mulher do director do canal) já pode sorrir novamente: seguramente vai voltar a ter um jornalinho para brincar aos jornalistas...
coisas mais limpas, digamos assim.
com a experiência das sabonárias, rapidamente limparam o diário e o semanário económico, 18% da impresa, 7% da pt.. e chegam agora à media capital.
antes das eleições o conjunto da oposição entrou em histeria colectiva (e o governo emprenhou pelo ouvido, como diria a dona judite de sousa do primeiro ministro numa recente entrevista...) por causa da intenção de compra da media capital por parte da pt.
nessa altura, o director da tvi saiu do canal e vieram mais uns gritos histéricos sobre a asfixia.
josé eduardo moniz embolsou uns largos milhões e foi para a ongoing (a tal que nasceu dos sabões).
passado menos de 2 meses a ongoing compra parte da media capital, assume a sua direcção e josé eduardo moniz volta a ter controlo sobre a empresa que lhe pagou uns milhões há menos de 2 meses.
claro que agora a asfixia não existe (como obviamente nunca existiu antes...) e já se trata de um normal negócio no mercado (mesmo que a ongoing seja agora accionista de referência na pt, impresa e media capital) sem nenhuma perigosa concentração de poderes nos meios de comunicação...
a dona manuela moura guedes (que obviamente só era pivot por ser mulher do director do canal) já pode sorrir novamente: seguramente vai voltar a ter um jornalinho para brincar aos jornalistas...
Eles crescem depressa!
Acho que este era um dos anúncios mais conhecidos do Tulicreme.
Publicado numa Crónica Feminina de 1970.
A Gelatina Royal
Era essencial em cada festa de aniversário infantil. Lembro-me de as cobiçar, trémulas e coloridas, encafiadas entre os outros doces. Assim era a Gelatina Royal. E é.
Anúncio anos 70, Crónica feminina
28 de setembro de 2009
A rapariga do Rio Pó
Acho que foi o Gin que referiu a poderosa Sofia Loren como musa inspiradora do uso de Lux.
Aqui está ela. Ainda muito italiana. O anúncio é de 1956 e apareceu na Flama.
Hieróglifos comprimidos
) RECRUTA
2) CABO
3) CAPITÃO
4) ALFERES
5) ASPIRANTE
----
1) TRICICLO
2) MOTA
3) CARROÇA
4)
5) TRENÓ
Acertou o Manuel nestas soluções.
O Alfredo acertou na 4, Barco.
2) CABO
3) CAPITÃO
4) ALFERES
5) ASPIRANTE
----
1) TRICICLO
2) MOTA
3) CARROÇA
4)
5) TRENÓ
Acertou o Manuel nestas soluções.
O Alfredo acertou na 4, Barco.
O pior dos anos 70
Como se podem executar actos tão íntimos nesta casa de banho? O único que se safa aqui é o Harpic.
Anúncio de 1973: nos anos 70 existiram coisas péssimas!
A Mulher Polvo
Os oito braços seriam de extrema utilidade, certamente...Mas era um anúncio do Hysil. a cozinha prática.
a noite das navalhas de ponta e mola na lapa
mira amaral afirmava ontem que manuela ferreira Leite 'está acabada politicamente' devido ao 'desastre' eleitoral e que 'este resultado era previsível. eu julgo que as pessoas estavam cansadas do ps, talvez cansadas do engenheiro sócrates, mas perceberam que a senhora [isto é, a presidente do seu partido, manuela ferreira leite] não tinha quaisquer condições de ser primeira-ministra'
mais adiantou que 'aquela senhora' 'não tinha as mínimas condições, nem a mínima categoria para ser líder do psd, nem ser primeira-ministra' e que “eu avisei no dia em que a senhora se candidatou. não me quiseram ouvir, agora reflictam sobre o desastre que se criou'e rematou: que se 'a senhora' 'não se demitir hoje vai estar em morte vegetativa até às eleições autárquicas', embora isso seja 'irrelevante, a senhora está acabada politicamente, se é que alguma vez esteve viva politicamente”,
se o psd fosse um partido decente, podia dizer-se que tinha sido a noite das facas longas.
como é um saco de gatos travestido de partido sequioso das migalhas do poder, é apenas a noite das navalhas de ponta e mola, ao mais puro estilo 'pintas' do intendente.
mais adiantou que 'aquela senhora' 'não tinha as mínimas condições, nem a mínima categoria para ser líder do psd, nem ser primeira-ministra' e que “eu avisei no dia em que a senhora se candidatou. não me quiseram ouvir, agora reflictam sobre o desastre que se criou'e rematou: que se 'a senhora' 'não se demitir hoje vai estar em morte vegetativa até às eleições autárquicas', embora isso seja 'irrelevante, a senhora está acabada politicamente, se é que alguma vez esteve viva politicamente”,
se o psd fosse um partido decente, podia dizer-se que tinha sido a noite das facas longas.
como é um saco de gatos travestido de partido sequioso das migalhas do poder, é apenas a noite das navalhas de ponta e mola, ao mais puro estilo 'pintas' do intendente.
Pede-se definição de 'manifestações zoológicas'...
(agradecendo à R. a divulgação deste 'manual de instruções' de há quase meio século)
… no baile
A tua dignidade não te permite frequentar salas públicas de baile.
Em família, tratando-se de pessoas conhecidas, numa recepção imposta pelas condições sociais, é permitido.
ESTÁ ATENTA, PORÉM, AO SEGUINTE:
- Se pressentires perigo, com dignidade e delicadeza, recusa-te a dançar; ou interrompe a dança, a meio do número, se vês que o perigo é sério.
- Alguns ritmos modernos, que se apresentam com aparência de rumorosa alegria, tipo yé-yé, «tuíste», etc., não são dignos de uma jovem educada, mas… apenas exprimem manifestações zoológicas, nas quais se inspiraram.
Milena Albanese, Cortesia Feminina, s.d. (embora me pareça ser do início da década de 60)
Um curioso utensílio de XIX
27 de setembro de 2009
Uma adivinha da Red Shoes
A nossa cara leitora Red Shoes enviou-nos estas duas fotos para uma adivinha. Agradeço-lhe em nome de todos e as fotografias estão lindas!
Ana Pereira disse...
Estão no Jardim Zoológico de lisboa, E acertou.
O sabonete Lux de novo
Com outra artista italiana: Rossana Podesta também diz que adora Lux. Já temos uma pequena galeria com estas senhoras:) Parece-me bem!
Um estranho e ancestral utensílio...
Corria o ano de 1967...
Em 1964
Este grupo de jovens tinha um projecto em comum: divulgar Fernando Pessoa.
Reconheceis?
Acertou o Rui no João Perry.
Presentes estão também: João Ávila, Laura Soveral, Manuela de Freitas e Norberto Barroca.
Amália
Sempre bela, Amália Rodrigues publicita os artigos de beleza Thaber.
Experimente, pois "nunca mais usará outros".
A mulher dos nossos dias
Ora muito bem: o anúncio igualitário.
"Sem distinção de cor, de idade ou condição social".
Emprestam-lhe a cara Maria Dulce e Déa Franco. O que se vende? As malhas Armalux, ou Artefactos de Malha de Luxo.Aprecio a morada, da Rua Camilo Castelo Branco tornejando para a Rua Alexandre Herculano. Mas o nome artefactos de Luxo, convenhamos que impressiona bem! E estou a ponderar a compra de um conjunto em interlock!
Crónica Feminina, 1964
Sempre limpo e limpando
Em 1973 já tínhamos este esfregão verde que veio facilitar tanto as lavagens!É dos produtos sinónimos da marca: Scotch-Brite.
Crónica Feminina, 1973
E HOJE É DOMINGO
26 de setembro de 2009
Brancos e muito lindos tons
Nos anos 30 já existia a Robbialac. E tratam o cliente por V. Exa. Nada como dar uma volta pela casa com um pincel:)
Os lençóis tipo Zé
Recordo-me de ouvir falar nesta marca, talvez na rádio.Lençóis tipo Zé, fábrica de Poldrães.
Crónica Feminina, 1970
ESTE DOMINGO DE ELEIÇÕES
“Este domingo, quando pisar de novo o cascalho solto da escola do meu bairro, vou pensar no trilho de pó na picada do Zala, vou pôr à frente dos olhos o esgar da morte no rosto lavado do Borba, naquele morro do Hinda.
Este domingo, ao declarar o meu nome de cidadão que o 25 de Abril libertou, vou passar em revista, uma a uma, memórias das noites solitárias de Nambuanagongo, quando as hienas vinham ao arame, ao cheiro do coval fresco no cemitério sempre em crescimento.
Este domingo vou poisar com amor a minha mão no ombro do meu filho Pedro e garantir-lhe que o “Vera Cruz” está na sucata.
Este domingo, sim, este domingo, vou limpar na minha mesa o pó do quadrado onde antes esteve instalado o telefone que ditava as ordens do lápis azul, na voz baça do alferes Cirne.
Mas também, claro, este domingo o meu risco azul num quadrado inesperado, (mais “talvez” do que “sim”, mais “cabeça” que “coração”) não é assinatura reconhecida da minha desistência.
Porque, neste domingo, eu estarei de vigília pelas noites em que as Chaimites saíram à rua e as fardas se puseram, por um instante de História, sempre, sempre ao lado do povo.”
Manuel Beça Múrias em “Mundos e Fundos, Crónicas de Paixão e Maldizer”
E publicada anteriormente em “O Jornal” 5.12.1980