26 de agosto de 2009
MIKE SEEGER
Tem com o “Expresso” um sentimento de quase ódio.
Por vezes o vizinho de cima, depois de lido, deixa-o aqui à porta. Mas não lhe pega logo. Vai para o monte do que, não sendo urgente, está para ser lido.
Como também andou afastado da blogosfera, da leitura de jornais, só agora viu que João Lisboa no “Expresso” de 15 de Agosto faz o obituário de Mike Segger. (07.08.2009).
Ficou sem ponta de sangue.
Tinha-o visto, ainda este ano, na noite de 3 de Fevereiro, num concerto que teve tanto de extraordinário como de simplicidade, qualquer coisa que julgamos ser único. Na véspera do concerto apresentara o filme “Appalachian Journey” do etnomusicólogo e seu amigo Alan Lomax.
Mike Seeger esteve em Lisboa, no âmbito do ciclo de uma semana dedicado a alguma da música popular norte-americana - "hootenanny" – e da responsabilidade de Ruben de Carvalho
Meio irmão de Pete Seeger e de Peggy Seeger , fundou o grupo de música tradicional “The New Lost City Ramblers”, e deixou gravados mais de 40 álbuns, a solo e em grupo.
Mike Seeger foi uma das referências de Bob Dylan. Escreve Dylan, citado por João Lisboa, nas suas “Chronicles":
“Por vezes, há quem nos obrigue a olhar para o espelho. Ele tocava o índice completo de todos os estilos “old time” e fazia-o tão bem quanto seria humanamente possível. Aquilo em que eu me devia ainda aplicar muito transportava-o ele nos genes.”
Foi tudo isto, algo mais, que ele viu naquela noite chuvosa de 3 de Fevereiro. De como, então ficou feliz.
É esse espanto, maravilhado, que agora recorda.
E mais não sabe que dizer.
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