Começo de “Nos Mares do Fim do Mundo” de Bernardo Santareno:
“Enquanto o “David Melgueiro” se afasta, mais e mais de Lisboa, eu surpreendo-me com as mãos abertas ao vento, para nele colher um certo olhar negro e patético, ou um riso estridente e nervoso que queria ser lágrima, ou aquele dorido inclinar de cabeça silencioso e resignado, ou aquele beijo enviado por alguém que me pede uma estrela como testemunho da aventura, ou a serenidade hirta e requintada de quem, enquanto o navio se distancia, se acusa por não sentir nada (nem mágoa, nem saudade) por mim... Com as minhas longas mãos abertas ao vento...”
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