(uma das imagens enviadas pelo MCV)
Da estrada que ficava mesmo por cima do jardim podia ver-se Sintra, cujo velho castelo parece um convento com pequenos edifícios sobrepostos, e muitos terraços com jardinzinhos, cada um com a sua fonte; as chaminés que parecem torres de campanários, um pouco como garrafas de champanhe (…).
Toda a subida é um jardim onde a natureza e a arte se amparam mutuamente; é o passeio mais belo que se pode imaginar. Começa com cactos, plátanos e magnólias e termina com sabugueiros e pinheiros, entre rochedos espalhados desordenadamente. Aqui, gerânios de todas as espécies e cores florescem abundantemente; cardos maravilhosamente belos aglomeram-se junto aos arbustos de murta, com as suas perfumadas flores brancas cor-de-neve; caminhos solitários serpenteiam entre muros revestidos de heras e rochas, que ao caírem formaram arcos naturais. De um deles tem-se um vasto panorama desde estas alturas, em direcção a Lisboa e às montanhas que ficam da outra margem do Tejo; vê-se a extensão do Atlântico e, do vale, a grande planície até ao Convento de Mafra. O ar é tão límpido que me pareceu ser possível contar as janelas que havia no edifício que estava a quilómetros de distância.
Hans Christian Andersen, Uma Visita a Portugal
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ResponderEliminarDescrição lindíssima!
ResponderEliminarTambém gostei, Rosarinho.
ResponderEliminarFoi para mim, não há muito, surpresa, ter sabido que o escritor de contos foi também um apreciador/visitante da nossa linda vila:)
Amiga,
ResponderEliminarIsso eu soube, há mais tempo, por causa dos meus amigos dinamarqueses. Falavam muito nisso.