26 de abril de 2009
A CIDADE É A EXPERIÊNCIA QUE DELA TEMOS
Todos os anos por Abril, o dono da “Livraria Ler”, junto ao Jardim da Parada, em Campo de Ourique, expõe, nas suas montras, livros que foram proibidos pela PIDE bem como os respectivos autos de apreensão.
Numa relação publicada pela Associação dos Editores e Livreiros Portugueses, em Junho de 1974, fica a saber-se que nos consulados de Salazar e Caetano foram proibiram cerca de 4.000 obras de autores portugueses e estrangeiros. Muitos destes livros foram proibidos apenas pelos títulos, outros porque os seus autores eram escritores conotados com a oposição democrática, outros porque… sim.
“Aos serviços de Censura pertence o encargo de corrigir o ambiente político”, escrevia em 1932, o Director Geral da Censura, Major de Artilharia Álvaro Salvação Barreto.
Lembra-se que era nas pequenas livrarias de bairro que se poderiam encontrar os livros proibidos. Havia uma relação de cumplicidade entre o dono e o cliente. O caso mais conhecido será o da “Livraria Barata” na Avenida de Roma.
Nunca é demais lembrar que neste país houve censura. Às palavras, às imagens, ao pensamento.
Todos os anos por Abril, vai até Campo de Ourique olhar a montra da “Livraria Ler”.
Passou por lá hoje. As fotografias estão aí.
Não existe listagens dos livros apreendidos/não aconselhados ?
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