24 de março de 2009

formidatum militibus flumen oblivionis

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o rio lethes é, na mitologia grega e romana, o rio do inferno cuja travessia provoca a perca da memória naqueles que o ousem fazer.

decimo junio bruto comandava as tropas romanas que lutavam pela posse da gallecia no século 2 a.c..
conta a história que, no ano de 137 a.c., ao chegar à margem sul do rio lima, as tropas de decimo bruto se recusaram a atravessar pois julgavam tratar-se o flumen limia o verdadeiro flumen lethes, ou melhor dizendo, o temido formidatum militibus flumen oblivionis, como lhe chamaram lucio floro (flumen oblivionis) e tito livio (flumen oblivio), cuja immemori gurgite provocava a perda da memória.
para provar aos seus homens que aquele não era o verdadeiro rio lethes, decimo junio retirou das mãos do seu signifero o estandarte e atravessou sózinho para a margem norte do rio.
historiando as guerras punicas, sílio itálico afirma, no século 1, que aquele curso de aquae quae fluit sub nomine lethes.
não sendo agora possivel perguntar ao próprio sílio se quando escreveu que aquelas águas que corriam sob o nome de lethes queria significar 'com o nome de esquecimento' ou que era o verdadeiro rio 'que provocava o esquecimento', temos que ficar pela dúvida.

a verdade é que, ao contrário do que acontece em (quase) todas as vilas e cidades que nascem junto a rios no hemisfério norte, ponte de lima e ponte da barca nasceram do lado da margem sul e não do lado norte.
em portugal não conheço nenhum outro caso de burgos a nascerem virados contra o sol.

o mito da não travessia do rio lethes afinal não parece ser tão infundado como isso.

a ele voltarei....

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