27 de Março de 1974
Para além do drama da guerra colonial, a juventude portuguesa enfrentava um outro: rapazes saídos do liceu, dos cursos comerciais e industriais, com idades entre os 17 e os 19 anos, não encontravam emprego porque as empresas só admitiam trabalhadores que já tivessem cumprido o serviço militar
Nas cartas aos Directores dos jornais, a preocupação e indignação eram largamente partilhadas.
No “Diário Popular de 1 de Outubro de 1972, um pai escrevia:
“Merecerá a pena que os pais com poucos recursos materiais dêem um curso secundário aos filhos? Faço esta pergunta porque tenho tido dificuldades em empregar o meu filho habilitado com o curso comercial”
Em editorial o “Jornal do Algarve” de 26 de Setembro de 1972 escrevia:
“Como é discutível a atitude patriótica dos tais patrões! Afinal que sacrifício é que eles fazem se não estão dispostos a reservar o lugar do empregado mais jovem que, por força das circunstâncias, se ausenta para servir a Nação?
Algumas das firmas que tomam essas decisões, são dirigidas por homens responsáveis, que até já pertenceram ao Governo… Mas há aqui um contra-senso. Há qualquer coisa que não joga certo. Ou não haverá e somos nós que temos uma visão deformada de patriotismo?”
Era um país mesmo doentio e.... ainda não recuperou de todo.
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