Ao lado dos livros da Maria Archer foi encontrar um, de que não se lembrava de todo: “Cartas de Amor para Namorados” da autoria de Maria Celeste”, uma edição da Empresa Literária Universal – “Os mais modernos modelos de declarações de amor, de respostas aceitando ou negando o amor oferecido, cartas de entrevistas e respectivas respostas, etc., contendo também como escolher mulher, como escolher marido.”
Pelo índice se fica a saber:
Declarações de amor
- a uma costureira
- a uma pequena de aldeia
- a uma órfã
- a um colega de trabalho
- de um homem idoso a uma jovem
- de um empregado à filha do patrão
- a uma divorciada
- a uma viúva
- de um homem rico a uma jovem pobre
- de um rapaz a uma senhora idosa
- de um viúvo a uma jovem
Acabou por passar uma tarde divertida. Lamenta não ter possibilidade de antologiar algumas destas cartas, cartas que mostram como era diferente o amor em Portugal. Mas não resiste à do empregado à filha do patrão:
“Exmaª Srª
Há-de parecer-lhe ousadia da minha parte o dirigir-lhe esta carta, mas quem ama não mede distâncias.
Quanto tempo hesitei em lhe declarar o meu afecto! Umas vezes pensava fazê-lo de viva voz, mas a comoção traía-me de tal modo que eu não ousava falar-lhe; outras (e foi esta sugestão que venceu), pensei escrever-lhe, declarando-lhe o meu amor e garantindo-lhe, sob minha palavra de honra, que o faria muito mais à vontade se V.Exª fosse pobre e eu senhor de grandes capitais. Infelizmente dá-se o contrário, e isso atormenta-me horrivelmente.
Deus me livre que V.Eª pense, um momento sequer, que é a sua fortuna que assim me atrai. Longe de mim tão mesquinho pensamento. Se eu lhe quisesse um pouco menos, calar-me-ia, mas querendo como lhe quero, venci os meus escrúpulos e eis-me aqui à espera da sentença que as suas mimosas mãos hão-de decretar.
Pelo índice se fica a saber:
Declarações de amor
- a uma costureira
- a uma pequena de aldeia
- a uma órfã
- a um colega de trabalho
- de um homem idoso a uma jovem
- de um empregado à filha do patrão
- a uma divorciada
- a uma viúva
- de um homem rico a uma jovem pobre
- de um rapaz a uma senhora idosa
- de um viúvo a uma jovem
Acabou por passar uma tarde divertida. Lamenta não ter possibilidade de antologiar algumas destas cartas, cartas que mostram como era diferente o amor em Portugal. Mas não resiste à do empregado à filha do patrão:
“Exmaª Srª
Há-de parecer-lhe ousadia da minha parte o dirigir-lhe esta carta, mas quem ama não mede distâncias.
Quanto tempo hesitei em lhe declarar o meu afecto! Umas vezes pensava fazê-lo de viva voz, mas a comoção traía-me de tal modo que eu não ousava falar-lhe; outras (e foi esta sugestão que venceu), pensei escrever-lhe, declarando-lhe o meu amor e garantindo-lhe, sob minha palavra de honra, que o faria muito mais à vontade se V.Exª fosse pobre e eu senhor de grandes capitais. Infelizmente dá-se o contrário, e isso atormenta-me horrivelmente.
Deus me livre que V.Eª pense, um momento sequer, que é a sua fortuna que assim me atrai. Longe de mim tão mesquinho pensamento. Se eu lhe quisesse um pouco menos, calar-me-ia, mas querendo como lhe quero, venci os meus escrúpulos e eis-me aqui à espera da sentença que as suas mimosas mãos hão-de decretar.
Huummm...e na época ainda se fariam as noivas acompanhar de um dote?
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