23 de novembro de 2008

EVITANDO A AMNÉSIA

Na década de 90, sendo uma das professoras responsáveis pelo Edição Especial, jornal escolar elaborado por uma equipa de alunos, entrevistámos o cantor Rui Veloso que vive próximo do nosso estabelecimento de ensino.
Segue uma das perguntas feitas pelos jovens jornalistas, bem como a respectiva resposta:
Jornalista- concorda com a expressão "geração rasca"?
Rui Veloso - a expressão poderá ser válida, caso se aplique não à vossa geração, mas àquela que não lhe soube dar directrizes.
Ainda sobre a comunicação da líder do partido laranja, não deixei de esboçar um sorriso lacónico quando hoje finalmente tive tempo de olhar para a revista que acompanha o semanário Sol.
A páginas 56, é feita uma apreciação comparativa de acontecimentos ocorridos na década de 90 e nos nossos dias relativamente a políticas da responsabilidade de duas ministras da educação: Manuela Ferreira Leite e Maria de Lurdes Rodrigues remetendo, o texto, para as manifestações estudantis ocorridas em ambos os mandatos: Pode ler-se na tabu desta semana quando se faz referência ao ano de 1993:
«A 4 de Maio, os estudantes universitários manifestaram-se em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, e a Polícia voltou a dispersá-los.
Para o dia seguinte estava marcado um novo protesto dos alunos […]”. Eram milhares e gritavam contra tudo: as avaliações globais, as propinas, os apoios sociais e o mais que se lembrassem.[…] No auge da manifestação os estudantes ergueram acima dos ombros um dos colegas, que mais uma vez mostrou o repúdio pelas políticas ministeriais baixando as calças e alçando o traseiro para a frontaria do Parlamento. Teria sido apenas mais um episódio não fossem os jornais ter publicado a fotografia nas primeiras páginas e Vicente Jorge Silva, à época director do Público, ter escrito o editorial sob o título Geração Rasca, que fez história.»


1 comentário:

  1. Bom título!
    Neste momento, a educação "anda pelas ruas da amargura". A doença de que padece foi herdada, mas agudizou-se de tal forma que não há memória de tanto mal-estar colectivo.
    MLR já feneceu e MFL não é alternativa.
    Um país que desinveste na educação, tem fraco futuro.
    A renovação é urgente.

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