quando trabalhava na rua da rosa tinha que ir muitas vezes 'levar comida' à rua da hera.
um prédio onde ficava igualmente uma editora que deixava sempre grande parte do seu espólio na escada e que eu me entretia a ler depois da comida entregue.
a rua da hera é a li para os de santa catarina, na continuação da luis almeida albuquerque.
no meu caminho passava por um dos jornais que faziam com que o conceito 'bairro alto dos jornais' tivesse um enclave em santa catarina (o outro enclave era bem mais longe, no marquês, com o diário de notícias e o mundo desportivo). de resto, todos os jornais eram no bairro (a rua da misericórdia era, para todos os efeitos, 'bairro' e ali ficavam o tristemente célebre diário da manhã, mais tarde época, o diário ilustrado e o república).
ao contrario dos jornais do bairro, o jonal do comércio tinha um ambiente de placidez imensa onde nada acontecia no seu interior.
um pátio com uma carrinha era tudo o que normalmente se via por ali às horas que lá passava.
vivia fundamentalmente dos anuncios das passagens dos cargeiros por lisboa e das suas escalas.
(receita que passou posteriormente para o diário de notícias)
depois de 74, no entanto, foi o centro de uma das mais prolongadas lutas dos trabalhadores portugueses.
a 'luta dos trabalhadores do jornal do comércio' deu canções, concertos, manifestações, filmes, noticias imensas nos outros jornais
e acabou mal.
fechou no começo dos anos 80, propriedade do banco borges & irmão, e é hoje uma espécie de condomínio fechado a armar ao fino.
foi assim acabou aquele que chegou a ser o mais antigo diário português:
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