13 de novembro de 2007

como fazer um presépio,

ou a importância da chuva (ou da falta dela) na construção do dito



ao contrário do que muita gente pode pensar, a chuva tem uma importância determinante para a construção dum presépio.
a inexistência de chuvas decentes tem impossibilitado a formação de musgos frescos e verdes que permitam o atapetamento dos presépios.
este verão em novembro fez-me recordar o problema que os nossos amigos brasileiros (afinal são cerca de 20% dos leitores deste blog) têm com o natal numa estação quente e seca.

é impossível ter um presépio decente sem musgo !!!
podemos ter moldes de papel, conjuntos de barro mais ou menos pintado, ou até mais tecnologicamente futuristas, hologramas. mas nada disso é comparável a um presépio atapetado com musgo fresco e verde.
para ultrapassar este magno problema, e porque mais uma vez recordamos, este blog tem obrigações de serviço público, vamos dar algumas ideias para fazer um presépio com musgo real e/ou em alternativa, algo que não nos envergonhe.


os únicos locais possíveis de encontrar musgo decente são os que, não obstante a seca prolongada, ainda mantêm níveis de humidade elevados.
como nem toda a gente vive na serra de sintra, é conveniente que se procurem alguns muros junto a riachos ou fontes naturais. mas até esses têm o musgo seco.
aí a solução é que comecem a regar diariamente o musgo seco com quantidades abundantes de água (não se preocupem com os excessos).

se vos chamarem malucos não se preocupem: vocês estão realmente malucos por andarem a regar musgo, mas também há coisas piores: o bush anda a matar dezenas de milhares de pessoas há muitos anos e ninguém o mandou ainda internar.
regado o musgo, podem com algum trabalho e perseverança ter, ao fim de uns 15 dias, e ainda a tempo do natal, o musgo verde indispensável para um presépio decente.

a questão complica-se é no caso de não morarem perto de nenhum local com musgo seco do ano passado (aqui os nossos amigos brasileiros têm mais sorte, porque o inverno deles acabou há menos tempo e teve imensa chuva)
aí as alternativas passam pela substituição do musgo por terra arenosa, coisa muito mais realista do ponto de vista histórico, e alterar o tradicional ar frondoso do presépio tradicional por um novo modelo mais próximo dos modelos bíblicos do deserto e mais condizente com a realidade histórica.
outra alternativa é a expropriação de um naco de relva num qualquer jardim público (não adianta ir buscar ao estádio de alvalade porque essa relva salta toda) e cortar rente com a ajuda duma tesoura para que as figuras não se percam na selva.
as soluções artificiais são mais numerosas: alcatifa verde, relva artificial, tapetes de chão verdes, papel de cenário pintado... mas obviamente tudo soluções que desvirtuam por completo a magna questão da construção dum presépio decente.

resumindo, ao contrário do que poderiam pensar, a falta de chuva é bem mais grave do que parece. não são apenas as castanhas que não caem das árvores e vão duplicar de preço este ano. também não vai ser possível fazer um presépio decente este ano.


da colocação das peças no terreno falaremos mais tarde, que agora o problema é o musgo e temos que resolver um problema de cada vez

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