31 de julho de 2007
O Passeio Público
Apetecia refrescar aqui. Arvoredo e água solicitam-se com urgência.
Passeio Público em Lisboa, Litografia de Anunciação, Panorama 1943
criatividade lusa
O cinema está de luto
Mais gíria lisboeta
Lisboa: Mata grande, lísbia, Lísbia amada
Porto: Mata das tripas, Drofo, Nortada
Coimbra: Mata linda
Alentejo: Alente
Estrada: esteira
Localidade que só existem na gíria mas que se usam muito os seus nomes
Alguidares de Baixo
Cafeteiras de Bico
São Filipe de Rosca
Carvalho de Espada ao Ombro
Roupas
Fato: arranjinho, fardilha, verga
Calças: galdras, galdrinas, mimosas, tiras
Colete: estreito, justo, filo, Sobretudo: bata, bibe, tapamisérias
Chapéu de homem: penante
Chapéu de senhora: quico, jardim, gaiola
Outros:
A pessoa que procura sempre os seus interesses: Tu o que queres é lulas
E por fim
Frases duma peixeira a quem não agradou a oferta ao seu peixe ou não recebeu bem uma graça ou madrigal:
Ist´o é que vai um ano...
Ai o qu´a gente vê
Ai o que m ´aparece
Ist´é que são fitas
Toc´andar , pontapé na alcofa
E se pára muita gente a assistir:
Mãos nas ancas e Pariu aqui a galega? Andor... "
Alfredo Augusto Lopes,Comunicação sobre o a gíria lisboeta , Boletim Olisipo, do Grupo dos Amigos de Lisboa, 1952.
Marcha de São Vicente 2007
Em honra da querida Morgaine, a marchadora mais linda e simpática das Festas de Lisboa!
Viva a Marcha de S. Vicente!
30 de julho de 2007
estou de férias:)
Chamem-me adolescente tardia ou o diabo a quatro mas nada me enche mais as medidas que estes quinze dias passados com a minha “família italiana”. Muita discussão, muita diversão, muitos jogos de Uno ao fim da tarde.
Sim, quem me tira estes dias na Zambujeira (e não é por causa do festival) tira-me anos de vida, sim, porque eles funcionam como um verdadeiro tónico.
Agora vou continuar na saga de alimentar de música o meu leitor de mp3 e de pesquisar umas receitas na net. Será que por “comida para muita gente” no google vai dar alguma receita de jeito?
Que não falte roupa nem chapéus!
Este catálogo é bem mais moderno, não é?
1910. E que belas tampas de açucareiro se apresentam ao dilecto leitor.
Clicar na imagem para ampliar.
Era uma vez
Uma casa a caminho do restaurante que serve um dos melhores cozidos à portuguesa de Lisboa.
É na zona Ocidental. Alguém reconhece?
depois de vários dias a olhar para as paredes e o tecto...
29 de julho de 2007
Quatro anos que voaram
Tenho a sorte de ter conhecido outra novas pessoas através deste blogue. Que são bons amigos. Uns colaboram aqui escrevendo , outros colaboram comentando. Mas permanecem as saudades de outros, que deixaram de estar aqui por razões várias.
(pausa para recados)
Estava a esquecer-me:
1- Z vou tentar escrever e que escrevam mais sobre comidinha. Não resmungues mais comigo lá pelos Msn:)
2-Recebi um e-mail da Miosótis a agradecer a divulgação que fizemos desta excelente loja de produtos biológicos. Segundo contam, apareceram lá leitores aqui do blogue. Ainda bem.
(fim de pausa)
Parabéns a todos os que por aqui andam. Escreventes, amanuenses e comentadores, não esquecendo a recepcionista (essa sou eu)!
Haverá mais anos e mais dias. Disso tenho a certeza. Um beijo!
O remédio milagroso
O remédio milagroso. Antepassado da aspirina? Provavelmente. Mas isso o ABS deve saber melhor dizê-lo.
Confie
Não se se estão lembrados do conto infantil dos anõezinhos da Tia Verde de Água. Seria assim o nome da senhora? Nessa alegoria, os anõezinhos eram os nossos dedos e só graças a ele trabalhavámos e sacudíamos a preguiça.
Mas eu não desgosto desta arrumação alheia do frigorífico e quem me dera ter cá esses hóspedes de gorro. cheios de actividade a fazê-la.
Este interior aliás é admirável, a zona dos frescos é imensa mas o congelador parece um cofrezinho: era mesmo só para o gelo. Mas nessa época todos os dias se faziam compras. Calor não está?
28 de julho de 2007
A Marginal
Esventro impiedosamente a Panorama, para retirar os destruidores agrafos ferrugentos. Estou a gerar um puzzle de folhas de revistas dispersas. Mas não faz mal, assim posso abri-las e digitalizá-las como deve ser. Numa mesma revista enconto vários tipos de papéis diferentes. Esta era uma edição de propaganda e como tal investia-se claramente na qualidade. Antes assim.
De qualquer forma é flagrande a diferença entre a primeira fotografia e o outro conjunto.
É outra visão da Marginal: romântica e para turismo.
Gosto do peão solitário e com chapéu. O açucareiro tem tampa neste caso.
Fotografias de Horácio Nunes, 1941
Clicar na imagem para ampliar.
Os telhados de Lisboa
"Nunca gostei de andar na rua sem chapéu. E como tenho para mim que gostos se discutem, discuto o gosto de quem o faz.
Um homem que anda na rua sem chapéu lembra-me sempre um açucareiro sem tampa (...)
Ora como os telhados são os chapéus das casas, condeno a moda arquitectónica de os esconder «, por desumana e imprópria. E ouso mesmo dizer (aqui muito para nós) que o arquitecto de hoje recorre à escamoteação sistemática dos telhados por ter perdido o segredo de bem proporcionar as suas abas protectoras com as dimensões da fachada.
Peçam a uma criança que desenhe uma casa. Começa sempre por rabiscar o telhado!
Uma casa sem telhado é uma casa sem conforto exterior. É a ausência de telhado o que torna uma ruína verdadeiramente desoladora."
António Lopes Ribeiro, 1942
27 de julho de 2007
A corrente dos blogues editáveis
Enfim, aqui vão:
Bic Laranja é certo e sabido. Daria um óptimo livro. Quem não conhece ainda faz bem em lê-lo.
A Demanda do dragão é um blogue que considero notável. Completamente editável.
Gasolim que encaixaria no formato livro, como uma luva. Grande qualidade de escrita e fotografia com temas envolventes e originais.
As afinidades efectivas é outro blogue que me apeteceria encadernar e guardar para ler enrolada no edredon. Gosto da escrita viva do Réprobo e da sua versatilidade.
A Editora Afrodite mereceria sem dúvida outro lugar na estante. Pesquisa, empenho e um grande mérito na divulgação cuidada da obra de Fernando Ribeiro de Mello.
O 9-9 é um blogue muito interessante, inteligente e novo. Aprendo sempre com o Hugo. Dava um rico livro de crónicas, estou já a imaginar-lhe a capa.
O Blogue da sobrinha de Coimbra seria também uma excelente colectânea de textos e de imagens.Pena é que ela não exerça mais o acto de escrever, porque o faz de forma preciosa e tem aquele raro dom de fazer música das palavras. Se o fizesse daria um maravilhoso volume de poesia, estou a vê-lo editado pela Assírio. Força Maria!
Xobineski Patruska: um dos espaços que me faz mais falta na blogosfera. Dava um rico livro, ah pois dava. Eu quereria o meu autografado com um grande xi-coração.
O Blogame Mucho é outro blog preferido de alguns postadores aqui do Dias. Boa escrita, bons temas, precisão nos assuntos.
Por último o blogue da nossa amiga Marta : de certeza que faríamos uma grande festa no lançamento do livro. Ela merece.E nós também.
E é tudo.
26 de julho de 2007
O Festival Credial Português
É anunciado como o primeiro grande festival que reune os grandes nomes da dita música portuguesa, pimba para alguns e popular para outros: Emanuel, Tony Carreira,Mónica Sintra,Ruth Marlene,Mickael Carreira,José Alberto Reis,Romana, Quim Roscas e Zeca Estacionâncio,Ana Malhoa e Toy.
Cheira-me que vai ser um sucesso!
Em Ponte de Lima, nos dias 10, 11 e 12 de Agosto.
Ver mais aqui
Na foto: Ruth Marlene e Ana Malhoa
Um presente
Uma muito interessante iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e cito:
ANAIS DAS BIBLIOTECAS, ARQUIVO E MUSEUS MUNICIPAIS (1931-1936)
Com a colocação em linha dos Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais, revista trimestral publicada pela CML de 1931 a 1936, a Hemeroteca Municipal dá um passo importante na digitalização do seu fundo local, preservando-o e, ao mesmo tempo, “globalizando” o seu acesso, aqui. Dirigidos por Joaquim Leitão, então Inspector das Bibliotecas, Arquivo e Museus Municipais de Lisboa, os Anais, com 21 números editados, constituem uma das mais importantes fontes de informação sobre a história e a vida destes equipamentos, tendo, como colaboradores, Augusto Vieira da Silva e Gustavo Matos Sequeira, reputados olisipógrafos, ou investigadores de renome, como Albino Forjaz de Sampaio, Fidelino de Figueiredo, Júlio Dantas, Laranjo Coelho, Luís de Freitas Branco, Mosés Bensabat Amzalak, Reinaldo dos Santos, entre muitos outros. Os Anais, propunham-se tratar “assuntos de pré-história, história e actualidade olisiponense ilustrada”, dar notícia dos “progressos urbanos da capital”, registar as “entradas de espécies nas Bibliotecas Municipais, (…) nos nossos Museus”, publicar “monografias, biografias de vultos municipais históricos, conferências (…), tudo quanto possa sugerir e comprovar actividade material e mental”. Para saber mais sobre a história desta revista clique aqui."
O Hotel Aviz
O Hotel Aviz foi durante décadas ,(de 1930 a 60) o local onde se alojavam os famosos da época. Um dos seus hóspedes permanentes mais conhecido foi Calouste Gulbenkian. Maria Callas ficou lá alojada. Era um hotel de requinte e de charme.
Recordá-lo quando ainda era o palacete Silva Graça (1908)
Quando era já o Aviz em 1931
Demolido, dá lugar ao mamarracho Sheraton.
Ou de como os fazedores da cidade, em nome do progresso e da civilização, substituem o belo pelo horrendo.
25 de julho de 2007
O bom gosto e ler Jerome
Quando vou a qualquer feira lembro-me deste conceito e sorrio, quer por ver as actualidades e projectar como será daqui a 100 anos, como ao constatar o mau que é que já nos é apresentado como artigo de valor . Mas adiante. Nas nossas feiras de antiguidades ainda não sabem distinguir entre peças só velhas e peças interessantes.
Ao folhear a Panorama descubro um artigo de Raul Lino sobre a Casa Portuguesa. Ilustra com estas fotografias, o exemplo do que ele considera ser arquitectura de mau gosto contrapostas ao puro estilo da casa portuguesa.
Retenho, porque se aplica de novo a ideia de Jerome: com o tempo afeiçoámo-nos a estes rendilhados e elementos góticos e preferimo-los à espécimes actuais feios e mastondônticos que se tornaram os nossos edifícios.
Nostálgica? Nem por isso. Mas aconselho a quem não leu Jerome o vá comprar a correr. Encontra quer no alfarrabista, quer na livraria, porque foi reeditado recentemente pela Cotovia. São livros para ler, reler e sorrir bastante. Dizem que rir faz bem ao fígado, pratiquem.
Clicar na imagem para a ver como deve ser.
24 de julho de 2007
SineS
5ª lá estarei para ver os Tartit.
uma breve descrição:
«A música hipnótica de um extraordinário matriarcado do deserto.
Quando uma mulher tuaregue Kel Tamashek gosta de um homem, pede-lhe a mão em casamento. Quando deixa de gostar, divorcia-se dele e organiza uma festa. Um atípico matriarcado na África de influência árabe, a sociedade de onde provêm os Tartit tem uma história de resistência. Dividida por vários países (Argélia, Líbia, Níger, Mali e Burkina Faso) na sequência das independências africanas, revoltou-se em 1963 e 1991 na defesa do meu modo de vida nómada. Da última revolta resultou a fuga para campos de refugiados, num dos quais os Tartit (“união”) nasceram, em 1995. Composto por cinco mulheres e quatro homens originários da região de Timbuktu (Mali), o grupo produz uma música de ritmos circulares e inebriantes: as mulheres cantam em coro, ululam, batem palmas e tocam o tambor “tinde”; os homens tocam “imzad” (violino de uma corda), “tehardent” (espécie de alaúde) e guitarra. Com o terceiro disco acabado de lançar - “Abacabok”, disco africano de 2006 para a revista Rolling Stone -, cantos de amor e desamor, do desejo de voltar a casa, por um dos mais tocantes grupos africanos actuais.
Fadimata Walett Oumar, voz e tambor “tinde”
Walett Oumar Zeinabou, voz e tambor “tinde”
Mama Walett Amoumine, voz e tambor “tinde”
Fadimata W. Mohamedun (Fatma), voz e tambor “tinde”
Tafa Al Hosseini, voz e “imzad”
Amanou, alaúde “tehardent” (3 cordas), vocals
Ag Mohamed Idwal, alaúde “tehardent” (4 cordas)
Mossa Ag Mohamed, voz
Mohamed Issa ag Oumar, guitarra eléctrica principal e voz»
descrição retirada, sem permissão, de aqui!
é no dia 26 Julho 2007, no Castelo pelas 23h00.
A NÃO PERDER!
Notas do Rio: A Rocinha
A imagem que nos chega das favelas é invariavelmente de uma espécie de Texas em versão cobóis pós-modernos: gangues aos tiros, droga, desgraça total.
Tamara de Lempicka
Não foi nada fácil encontrar um anúncio publicitário que celebrasse uma realização feminina, mas com o comentário precioso da Marta, cheguei lá.
Este anúncio da Van Cleef et Arpels tem como base um quadro de Tamara de Lempicka, uma das melhores artistas do período deco.
Mas quem vende o quê afinal? Eu seria compradora do quadro. Sem colar.
Logo, ganha a Tamira.
Erva
que estreou ontem na RTP 2. Este é um verdadeiro serviço de qualidade, que a televisão pública nos presta actualmente.
Erva contar a história de Agrestic, um paradisíaco bairro de L. A , em que aquilo que parece decididamente não o é.
Eu porém fiquei com um fraquinho pela loira e decididamente má e vingativa Celia Hodes, a presidente da Associação de Pais de Agrestic, interpretada pela maravilhosa Elizabeth Perkins. A cena da vingança, pela facada conjugal do marido com a professora de ténis, é antológica e ainda me estou a sorrir quando relembro os pormenores. Adoro a parte em que ela confraterniza com a amante do marido( afinal ambas gostam de beber e a professora é uma óptima ouvinte) ...
É uma série a não perder decididamente! E parabéns à Dois pela excelente programação.
Arte na publicidade
Ainda às voltas com o desafio de mostrar uma imagem publicitária baseada numa realização feminina, tarefa nada fácil , estou tipo Capitão Haddock a rosnar mille millions de mille sabords e dou de caras com este site .
As obras de arte incorporadas na sociedade de consumo: Trocar a maçã pelo café, vestir os friorentos com Levi´s, dar de beber a quem tem sede e a roupa lavada e corada ao sol fica melhor com Persil.
Estupendo trabalho gráfico.
23 de julho de 2007
Até parece de dia!
Para tanta utilização, toca a iluminar o país. Em resposta ao caro amigo Réprobo
Panorama, 1942,
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