"Tenho uma vizinha no 4º andar, que todas as noites atira da janela um embrulho em forma de "puding", quase sempre de peixe, envolto quem sabe se nas suas crónicas , e que é a soma ou total do lixo diário lá de casa. Já me ia caindo uma vez na cabeça. Apesar de andar acolchoada a raposas e ter cachuchos, a dama em questão não tem sopeira, e acha que é feio ir ao caixote. Faz as compras pelo processo do cesto e cordel, de combinação com o marçano da frente, e faz as descargas pelo processo de vómito nocturno e jornalístico. Àquela hora os cívicos andam neurasténicos e não passam na rua.Que hei-de fazer para pôr a pinha no seguro?"
(cartas de leitores a Leitão de Barros, desenho de Abel Manta, nos Corvos, 1º volume)
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