Um dia vou fazer um manifesto anti-calçada à portuguesa.
É pensar nas íngremes ruas de Lisboa. De vez em quando vai um espalhanço, ou temos que ajudar alguém de sapato mais aprimorada e com o salto entalado, no empedrado ardiloso. Quando chove ou faz humidade, o chão torna-se difícil de gerir. Velhinhas e velhinhos a caírem é um clássico.
Existe ainda a famosa modalidade de remendos e buracos na calçada . Quando mexem nas extensas e intrincadas tubagens dos subsolos, toca a tirar a calçada e a repô-la ao Deus dará.
Sim. sei que o raio do italiano disse que a calçada reflecte a luz de Lisboa e do Tejo, e que é um espectáculo maravilhoso. Para mim ele nunca andou a pé nesta terra, só de carro. Só pode.
Eu sou uma fugidora de passeios com calçada. Prefiro andar no meio da rua e lidar com os carros. Ao contrário dos gauleses com receio do céu, o meu medo é bem mais telúrico e real.
Por isso, calçada assim em sítios planos e bonita como no Rossio há muitos anos atrás, acho bem. Com desenhos elaborados e certinha.
Nos outros lados peçam a receita aos espanhóis de como fazer bons passeios para pessoas que gostam de andar. É pensar em Barcelona e Madrid.
(clicar na imagem para ampliar)
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