boikot e reincidentes (ou a propósito das invasões espanholas e outras pestes bubonicas)

confesso que me preocupa pouco esta questão das 'invasões' estrangeiras.
sempre fomos um povo de misturas e penso que isso é uma das nossas grandes vantagens.
a capacidade de integrar na nossa cultura as culturas dos outros e criar algo de novo com isso.

por outro lado, a ideia da invasão das empresas espanholas é uma coisa que, atendendo à globalização do mercado de capitais, faz pouco ou nenhum sentido.
a última opa sobre a pt talvez nos tenha dado algumas ideias sobre os verdadeiros donos das nossas maiores empresas e a importãncia desses 'obscuros' fundos de capitais.

mas voltando à 'cold cow', talvez nos fosse útil começar a olhar com outros olhos para o que nos pode vir do outro lado da raia.
e uma das muitas coisas boas que o outro lado da raia é um movimento de rock anarco-punk com preocupações sociais que gostaria imenso de ver em portugal.
do imenso movimento anarco-punk dos povos de espanha, destaco aqui 2, por razões particulares.
o primeiro, os boikot, por terem sido a minha porta de entrada neste movimento (depois de um concerto pela independência da catalunha, há uns anos no bairro gótico onde, lamento-o agora, não fiquei com nenhuma ideia do nome de nenhuma das muitas bandas que lá ouvi tocar).

os boikot são uma banda de madrid que, principalmente a partir dos anos 90 se tornaram incontornáveis para o conhecimento da musica espanhola actual.

se os boikot são famosos por toda a espanha e américa latina, os reincidentes são uma banda de sevilha muito famosa... na andaluzia e arredores.
republicanos e independentistas, a sua música ataca o sacro-santo imperio cultural do seu país: as touradas e o machismo andaluz.

se devemos defender os nossos valores culturais, não nos fica nada mal dar uma olhadela pelos valor culturais dos vizinhos.

aqui vão os boikot

e aqui vão os reincidentes