17 de janeiro de 2007

Eu procrastinador me confesso!

Procrastinar... É a T que gosta desta palavra, não é?
Procrastinar, ou seja deixar tarefas para amanhã, adiar a resolução de problemas. Mas, mais que um simples adiar, geralmente fala-se de procrastinar quando se adia sistematicamente qualquer coisa, no fundo até se ser "obrigado" a faze-la.
Por acaso li uma pequeno artigo, um dia destes, sobre a procrastinação e parece que:
- Todos procastinamos um bocadinho, às vezes. E, aquela minoria que nunca procrastina, deve ter qualquer problema sério.
- Muitos, cerca de 20%, procrastinam muito, demais, e isso tem cosnsequências familiares ou profissionais. Tem cura, claro...
- Há até os procrastinadores crónicos, uns pobres diabos que nunca fazem nada porque adiam tudo. Carecem de tratamento agressivo.
- Esta tendência à procrastinação não terá muita relação com problemas psicológicos específicos, tipo ansiedade ou depressão, mas pode-se mais relacionar com a motivação e confiança que sentimos para a realização de uma determinada tarefa.
-Esta é a chamada Teoria da Motivação Temporal. Segundo a teoria podemos medir a probabilidade de procrastinar algo através da seguinte fórmula:

U = (E x V) / ( Gamma x D)

U é a utilidade da tarefa a realizar. Se tiver um valor baixo a probabilidade de procrastinar é elevada.
E é a nossa expectativa de sucesso na realização da tarefa, ou a confiança que temos na nossa capacidade de execução.
V é o valor que atribuimos à tarefa, tendo em atenção não só a sua importância, como também a maior ou menor "agradabilidade"
G é uma constante e que mede a nossa susceptibilidade a procrastinar. Parece que se pode calcular com testes complicados.
D (do inglês Delay) é o tempo que medeia entre a realização [ou não] da tarefa e o aparecimento das consequências [boas ou más].

Assim, quanto mais altas forem E e V e mais baixas G e D, maior é U, logo mais provável se torna a execução dessa tarefa. Isto tem especial sentido quando comparamos a Utilidade de duas tarefas concorrentes. Exemplificando:

Esta noite tenho duas hipóteses. a) Escrever um comentário encomendado a dois artigos científicos b) Sair e ir beber dois ou três copos com amigos.

Ora bem... Assumamos que cada variável pode ter valores entre 1 e 10 e que eu sou um razoável procrastinador, logo o meu G será 5

Tarefa a)
A minha expectativa de sucesso para escrever os comentários é alta, logo E = 8
A tarefa é importante mas muito chata, logo V = 5
As consquências da sua realização só vêm daqui a um mês, logo D = 6

Portanto, U = 8 x 5 / 5 x 6 = 40 / 30 = 1,33

Tarefa b)
A minha expectativa de sucesso em beber copos e dizer larachas é elevada, logo E = 8
A tarefa é "razoavelmente" importante e muito agradável, logo V = 9
As consquências da sua realização surgem logo no fim da noite, logo D = 1

Portanto, U = 8 x 9 / 5 x 1 = 72 / 5 = 14,4

Como é fácil de prever, irei beber uns copos e deixar os comentários para amanhã. E assim, sucessivamente, irei procrastinar a escrita dos comentários.
Só terão alguma hipótese credível de competir com algo agradável quando o D for muito baixo... quando tiver que os entregar nesse dia, nessa tarde!

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