30 de dezembro de 2006

Letreiros célebre

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Gustavo Matos Sequeira explica no prefácio desta obra (1925) que o seu modelo foi o das velhas relações do século 17 e 18, que noticiavam milagres, festas, guerras, monstros e cataclismos e muitos outros acontecimentos...Ele até define assim: "quejandos assuntos com que se engravidaram milhares de folhetos cavalgados em barbantes pelos cegos, nos arcos do Rossio".
Um dos "retalhos" trata dos letreiros célebres " escritos em cima das portas das várias lojas desta capital para servirem de tabuleta e de conhecimento ao publico". São dizeres de vários séculos e baseados noutras compilações mais antigas e a prosa é a melhor companhia que existe.

Só para aguçar o apetite, alguns desses letreiros:

A taberna Social (em Santa Engrácia)
Cambista roubado( na Rua do Arsenal)
Chouriços feitos por mim e temperados por minha própria cunhada( escrito sobre um prato dos ditos numa mercearia aos Paulistas)
Casa Africana: Pelo extremo limite do barato
Real Fábrica de Botas elásticas, nela se servem ambos os sexos, e se acha a famosa invenção dos canhões postiços
Loja de boa bebida: distingue-se pelo copo e pela bebida
Biblioteca Universal de Licores (Cais do Sodré)
Aqui se administram bebidas com toda a sisudez (no Rato)
Aqui se tomam borracheiras monstras (Penha de França)
Os mandamentos desta casa são cinco: o primeiro é entrar, o segundo aviar, o terceiro pedir, o quarto pagar, e o quinto marchar( Rua da Trabuqueta)
E....

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