19 de agosto de 2006

François le bossu

Este livro era da minha avó Nené: ofereceram-lho no seu dia de anos, a 25 de Novembro. Devia ter uns dez anos.
Na altura a Condessa de Ségur, nascida Rostopchine, imperava em termos de literatura infantil. Folheei agora o livro e li cenas duma crueldade insuportável, que não nos atreveríamos agora a apresentar a uma criança. Mas não me recordo de ter achado isso quando os li, apesar de chorar sempre que lia a condessa. Talvez pensasse que era natural. Ou talvez a nossa sensibilidade cresça com a idade. Ou as crianças gostem de emoções fortes.
As ilustrações de autoria de Émile Bayard são lindas e duma ternura inexcedível.
Fiquei a imaginar a minha avó, com as suas mãozitas de criança a lê-lo. Tem algumas marcas de dedadas pequeninas. Há quase 100 anos.
A maior herança que a família nos deixa é o gosto por ler e aprender.
Beijinhos minha querida Nené.

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