Tencionava eu criar um post demorado e extenso, um novo tipo de obra literária que demonstrasse os meus dotes artísticos e colocasse o mundo a meus pés...
Mas são agora 18h, a hora combinada para eu transpor a porta da minha casa para a rua, andar uns passos e prostrar-me diante de um prédio.
Tocar a campaínha de pijama, até lá notando-se os meus atributos físicos e falta dos mesmos, pisando estrada e calçada já tantas e tantas vezes ocupadas por excrementos; e outros compostos corporais das mais variadas espécies...
Julgo denotar em mim um certo odor.
Contudo dançarei esses passos. Procurarei velhinhas escondidas por detrás de cortinados, homens enrugados a escarrar, numa mescla de faces avermelhadas e queimadas, cabelo mais grisalho que o meu já esbranquiçado.
Ouvi um arroto. Pergunto-me se viverei assim tão longe de Alfama. Ouço também mulheres em tom sofrível mas também não distinto o suficiente para compreender o que é dito.
Sinal dos tempos, altura de efectuar a jornada até ao dito prédio.
Estou dez minutos atrasado para ver Lolita, de Kubrick, que nunca vi.
os meus cumprimentos, caros conhecidos e estranhos
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