Gosto de estar só. E normalmente estou. Principalmente quando estou rodeado de gente. Gente que faz cara de caso quando me apanha a voar fora de mim, que fica aborrecida por ter estado a falar para o boneco, que não percebe que estou ali e não estou em lado nenhum.
Sempre ambicionei caminhar em silêncio junto ao mar na companhia de alguém que soubesse ouvir o que não se diz. Que não perguntasse o que vamos fazer para o almoço ou para o jantar. Para essas conversas tenho os amigos e amigas (imaginários claro).
Estava a falar de companhias íntimas, de gente que caminha debaixo da pele ou, em alturas especiais, à flor da mesma. De gente que não se rege pelo princípio do quid pro quo. Existe, logo não exige. Está e deixa de estar. Sem explicações ou justificações.
Provavelmente só encontrarei disso no País das Maravilhas.
Até lá
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