Sim, eu sei que o pão alentejano é o melhor do mundo. Mas existiu – existe ainda, felizmente – aquela carcaça que acabava com duas maminhas, uma em cada ponta. A forma e localização das ditas maminhas levavam a que ficasssem durinhas e crocantes, com um toque levemente torradinho e delicioso. Perante essas maminhas havia três hipóteses: chupá-las voluptuosamente, deixando o gostinho a pão espalhar-se na língua e palato; trincá-las com suavidade, em mordiscadelas delicadas; ou atacá-las com paixão, fruto de um desejo desenfreado só saciável de modo algo selvagem. A abordagem modificava-se consoante os dias, a disposição e outras variáveis que seria agora fastidioso explorar. A verdade é que as maminhas da carcaça constituiram, para gerações inteiras, uma abordagem iniciática aos pães cujas repercussões reverberam muito para além da infância.
Estou certo de ser compreendido.
Antes do principal, queria dizer-te que tocou-me a forma como falaste deste pão. E, queria tua permissão para citá-lo num post futuro, quando desvendar tudo o que conseguir deste pão.
ResponderEliminarSou brasileiro e moro na cidade do Rio de Janeiro.
Um apaixonado por pães e descendente de um transmontano, em Portugal Continental como vocês chamam.
Recentemente (coisa de uma semana) recebi o desafio de fazer esse pão tão comum ai nos Açores: o papo-seco ou papo seco.
Cheguei a achar uma receita na internet ( http://www.forumbimby.com/forum/index.php?topic=12281.msg185339 ) Mas meu desafiante não achou parecido com o que ele conhecia. Ainda outra coisa: nesta receita foi incluído Puré de Batata Instantáneo: ele disse que este pão também não leva puré...)
Tenho procurado por estes dias incansavelmente na internet e não acho uma receita com fotos, pois pelo que vi neste site a forma de dobrar a massa é que - também - faz a diferença na sua apresentação.
O que consegui fazer foi este: http://picasaweb.google.com/lh/photo/mymcjyhoYQB-UdA2krcn4Q?authkey=Gv1sRgCLizm8Ln99PnGA&feat=directlink
Gostaria que você pudesse me ajudar. Ou então, me indicar quem possa.
Um grande abraço de um brasileiro que tem sangue português.