7 de junho de 2006

a propósito das avaliações

discutia eu na segunda feira, ao jantar, com um grupo de amigas professoras, a magna questão da participação dos pais dos alunos no sistema de avaliação global dos professores.

retirando aqueles pequenos pormenores dos professores usarem a argumentação 'agora quem nos vai avaliar são os pais dos alunos', 'mas o que sabem eles para nos avaliar?' ou ainda 'os pais estão-se nas tintas para a escola e só lá vão quando os filhos chumbam', a discussão sobre este assunto é um dos mais sensíveis para aquela classe (antes tinham sido outros, que é sempre necessário achar que o mundo está contra eles..).
quando eu argumentava que a avaliação dos pais é uma pequena parte da avaliação global, que mesmo que existam alguns pais que exercam avaliação vingativa, o conjunto das avaliações é o mais determinante e, ainda assim uma parte do conjunto dos elementos determinantes para a avaliação global, que é importante chamar os pais a participarem na escola, respondiam-me elas: 'mas onde é que já se viu isto?. alguma vez os doentes avaliam os médicos?'

eu respondia: se não avaliam, deviam avaliar.

mas a verdadeira resposta vem agora do colégio de médicos de clínica geral britânico.
este colegio está a negociar com o governo britânico, de forma voluntária e por sua iniciativa, um sistema de avaliação tripartida (por médicos, enfermeiros e pacientes), que resultará numa classificação de 1 a 3 estrelas.
de acordo com os médicos britânicos este sistema de avaliação dará mais confiança aos pacientes e obrigará os clínicos a um maior empenhamento na qualidade e variadade dos serviços prestados.

quem tem confiança nas suas qualidades nunca tem medo de ser avaliado.
seja por quem for.

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