6 de junho de 2006

'o alentejo tem população equivalente às regiões periféricas do deserto do sara'


assim.

a seco.

este era o título que encimava uma notícia sobre a conferência 'ambiente e desertificação' que está a decorrer em évora.
para sustentar tal afirmação, um especialista, especializado nestas coisas do ambiente, dizia que em algumas zonas do alentejo a densidade opulacional oscila entre 1 e 20 habitantes por quilómetro quadrado.
tirando o facto de nalgumas zonas da finlândia, ou do canadá, ou na totalidade da australia, a coisa ser igual e ninguém andar a comparar densidades populacionais do ponto de vista matemático... queixam-se os senhores de nada ser feito para alterar a situação nem se pagarem estudos para estudar a desertificação (a questão básica: pagar estudos para..).
igualmente foi alertado para o perigo de projectos de regadio como o do alqueva destruirem os ricos barros de beja...
sejamos claros:
que porra interessa aos alentejanos a merda dos ricos barros de beja ou do raio que o parta, se o projecto do alqueva conseguir fixar milhares de pessoas nos empreendimenos que ali se podem desenvolver e os ricos barros de beja não coseguem fixar ninguém?
comparar o alentejo com o sara é fazer com que ninguém jamais os leve a sério, digam o que disserem.

o que transparece destas comunicações é a mentalidade tacanha dos que querem insistentemente provar os estudos que fizeram, mesmo que a vida já tenha feito a agulha há muitos anos atrás.
queixar-se da desertificação dos solos e blafesmar contra a água do alqueva, é cientificamente desonesto e pessoalmente idiota.
em tempos queixavam-se que o investimento do alqueva era absurdo porque a albufeira demoraria 10 anos a encher. por acaso encheu-se no primeiro inverno, em que teve de fazer descargas (coisa sobre qual também reclamaram porque tinham que reclamar...)
depois da albufeira cheia (a tal que só fazia mal) queixam-se dos empreendimentos que lá se vão realizar porque vão poluir as águas.

a única coisa que apetece nestas alturas é mandá-los levar no cu (coisa que não farei porque provavelmente até me agradeceriam a lembrança).

igualmente do lado dos que defendem os empreendimentos para o alqueva, as unidades de medida são um bocado ambivalentes.
de acordo com estes, o alqueva tem 1150 quilómetros de margens, o que é uma extensão superior à costa portuguesa.
custava muito dizer que para os 1150 do alqueva se consideram todos os acidentes da margem e para a costa portugues foi uma medida feita em mapa?
é que não precisavam deste argumento para a sua defesa... todos sabemos que aquilo é enorme...
também se queixam estes do preço exorbitante pedido pelas casas na aldeia do alqueva e comparam-nas ao preço de um apartamento na avenida da liberdade.
tirando o facto de não haver 'apartamentos' à venda na avenida da liberdade, espanta-me que estes senhores condiderarem numa frase que aquilo é uma zona muitíssimo valiosa... e na frase seguinte se queixem que há mais gente a achar o mesmo.

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