12 de junho de 2006

Férias




É coisa que já não tenho, o que me dá imenso gozo.
Ir onde quero, com quem quero, ficar só ou acompanhado, ler, dormir, ouvir música, ir ao cinema et altri, mas o melhor será viajar sem destino, género atirar uma seta de olhos fechados para o mapa mundi até acertar num sítio decente (sem bola nem sócrates, nem cavaco nem marchas saloias, nem música pimba nem tv), a sítios onde o poder não incomode os viajantes, e estes se possam mimetizar com os locais e passear-se despercebidos; fugir das grandes metrópoles, fugir do inverno sem fugir à neve, fugir do verão inclemente sem fugir do deserto tórrido ou gelado, navegar águas quentes, frias, mornas e geladas, penetrar florestas navegando rios lendários, ver o Cruzeiro do Sul; enfim, ir mundo fora sem destino e desaparecer de vez sem deixar rasto. Mandar à fava o país pequenito onde os mesmos robertos e descendências nos saltam de todas as caixas faladas, escritas e mediatizadas sem que ninguém os encomende ou recomende. Viajar sem destino seguindo sempre o impulso do momento não é para todos e certamente também não é para mim. Melhor que férias de sonho é assim que sonho uma vida de sonho e sem férias...

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