21 de abril de 2006

ética e política, ou os politicos e a ubiquidade

discutiram recentemente os parlamentares portugueses as magnas questões da ética e da política.

eu não sabia que eram coisas separadas, e muito estranhei alguns dos considerandos ali manifestados.
evitando maçar-vos com coisas do tipo 'temos que encontar mecanismos que impeçam os deputados de...' e que nos fazem pensar que estamos perante um colégio infantil ou uma casa de correção, gostaria apenas de colocar algumas dúvidas.

os parlamentares (e os politicos, grosso modo) portugueses têm uma espécie de duplo discurso e tripla acção.
têm duplo discurso porque legislam para os outros o que não legislam para si próprios.
aumentam a idade da reforma para o comum dos cidadãos e mantêm privilégios absolutamente pornográficos para si próprios (mesmo após as suas novas regras) quanto aos tempos de férias e anos de descontos para aposentação; são capazes de defender que os feriados devem ser encostados ao domingo para evitar pontes... e têm a suprema falta de vergonha para fugirem do parlamento após assinaren a folha de prenseça e irem de fim de semana prolongado; argumentam como justificação para faltar o estarem em actividades partidárias ou 'políticas', como se qualquer trabalhador podesse reivindicar-se desse direito para justificar faltas ao trabalho.
ultimamente (veja-se o caso de maria carrilho) alegam que não podem estar em dois lados ao mesmo tempo e que têm que optar pelo mais importante.
eu gostava de ver estas alarvidades se o senhor carrilho trabalhasse numa qualquer empresa e dissesse que não podia estar lá aquela tarde, porque tinha que estar numa outra que achava mais importante.
e dizer isto como se de uma coisa normal se tratasse.
se os trabalhos são incompatíveis, são isso mesmo: incompatíveis:
não se podem ter os dois ao mesmo tempo.
e não me venham com merdas do estilo 'eu fui eleito e quero cumprir com o que prometi aos eleitores'
claro que não cumpre!!!!
só um anormal acha que cumpre estando no parlamento e na assembleia em simultâneo.
a menos que mande o manuel maria para um lado e o carrilho para outro.
neste caso, por exemplo, a falta de ética do senhor carrilho impediu a resolução dum problema a 1 600 trabalhadores.
coisa pouca dirá o filósofo.


dir-lhe-ia eu

Sem comentários:

Enviar um comentário