26 de abril de 2006

Os telemóveis e eu.

Primeiro tive um bip. Era do serviço e era uma grande seca: tinha que se procurar um telefone público para ligar e ser chateada com trabalho.
Depois chegou a hora do telemóvel: um enorme tijolo Eriksson.Era pesado como tudo e durou anos. Tinha que se pôr a bateria a carregar. Um dia finou-se. Depois começou a era dos Nokia e lá tem ido mais ou menos bem.
Tenho um 91,um 96 e ainda conservo um cartão 93.
A morte mais triste que tive dum telemóvel foi por afogamento numa retrete. Alguns ficaram encravados com areia, outros com água, outros simplesmente crasharam. Um fez um pequeno relâmpago!
Já ferrei a dormir muitas vezes ao telemóvel e dizem-me que ressonei e tudo. Às vezes adormeço para cima dele (quando estou de serviço) e durmo com ele junto ao travesseiro.
Há dias mandaram-me uma sms a mandar-me à merda e depois pediram desculpa a dizer que era engano! Fiquei sem saber quem era.
Eu sou uma dependente assumida do uso deste aparelhinho. Salvo quando estou com a tubaroa. Uso-o só para tirar fotos:)
Divorciei-me do telefone fixo há um ano. Agora só uso esssas maquininhas. No entanto presentearam-me com um enorme rádio de trabalho:) Se me fizerem mal carrego no botão laranja. Deve aparecer o Marques Mendes a dar porrada no assaltante!

Foi uma óptima invenção. O telemóvel mudou as nossas vidas. Obriga-nos a inventar elaboradas escusas ou desculpas ou requintadas mentiras. Deixámos de ter vida própria. Mas também, quem quer ser uma ilha?
Claro que as histórias sórdidas não conto:)

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