20 de abril de 2006

Acima do arco-íris

Israel Kamakawiwo’ole nasceu no Hawai’i em 1959 e morreu em 1997, com 38 anos de idade, em resultado de complicações associadas a obesidade mórbida grave. Deixou um pequeno conjunto de discos para a posteridade e uma ilha de luto, a sua ilha, onde era considerado pouco menos que um herói. A sua música é de uma simplicidade desarmante, por vezes ingénua e quase infantil. A base de acompanhamento é invariavelmente o ukelele, que mais não é que o cavaquinho português levado para o Hawai'i pelos nossos antepassados. Quem vê as fotos de Bruddah Iz, como lhe chamavam amigos e conhecidos, mais próximas de um lutador de sumo que de um artista de palco, está longe de imaginar a doçura imensa e a expressividade única da sua voz.

Poucos se aperceberam da sua existência fora do Hawai’i, até que a sua música aparece em dois momentos chave: o primeiro, as bandas sonoras de filmes (Finding Forrester, Meet Joe Black). O segundo, mais recente, a explosão na internet do vídeo viral do Lynx, em que o Somewhere over the rainbow nos encharcou na sua voz (e me deixou completamente obcecado, como balbuciei antes). Desde então a sua música propagou-se em volta do mundo à velocidade da luz.

Vale muito a pena ouvir a sua música. E aqui encontrarão, para deleite de todos, a versão completa de Somewhere over the rainbow, a do anúncio, que tem um bónus no meio – What a wonderful world, de Louis Armstrong. Procurem no cimo da página. Faz parte do álbum Facing Future, de 1993, de que tenho uma cópia, a tocar ininterruptamente, desde há dois dias.

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Israel Kamakawiwo’ole estará hoje num qualquer arco-íris a ensinar anjos a cantar. Olhar o céu e poder ainda ouvi-lo é uma benção que devemos agradecer.


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