20 de fevereiro de 2006

Acolhimento

Agradeço a recepção, e, se me dão licença, vou-me instalando. Não foi ontem ainda, porque me me deixei embalar pela primeira do No Direction Home, do Sorsese e sobre Bob Dylan. Hoje papei a parte II e o badalado Brokeback Mountain de Ang Lee, que agora é que vai acertar nos óscares, ele que já ganhou o Urso de Prata e foi nomeado para Cannes e para óscares com outros filmes. Àmanhã explicarei porquê no meu blog.
A propósito, quero dizer-te, Ricardo, que kino (das Kino?!) não tem nada a ver com germanofilia, mas que vem do grego e kineo (mover), donde vem o nosso "cinema", de Kinema, movimento em gr. Mas não tenho nada contra o cinema alemão, sobretudo o da fase expressionista. De lá emigraram para os States :Robert Siodmak, Fred Zineman, Billy Wilder, Murnau, Lubitsh, Fritz Lang e um sem número de actores. Muitos estrangeiros (Pabst e Sternberg, o do Anjo Azul) trabalharam nos estúdios da UFA, e até o proprio Hitchcock aprendeu lá, como bem se nota nos filmes dele.
Sobre Bergman, Felini, Antonioni e altri, falaremos com mais calma, Teresa. Saraband, o último do sueco, será abordado logo que puder. Mas posso para já adiantar que aprendi a ver Bergman à luz do que ele disse, há décadas, numa entrevista aos Cahiers du Cinéma. Em substância, dizia que não desejava mostrar, nos seus filmes, nada mais do que o que lá estava. E se, antes de ler isto, já era o que sentia e fazia, ainda com algum receio de passar por estúpido aos olhos dos grandes conhecedores, passei depois a fazê-lo, não só com os filmes dele, mas com os de todos os outros. E tenho-me dado muito bem com isso.

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