sobre algumas das últimas eleições presidenciais

nos últimos tempos aconteceram 3 eleições presidenciais em países de características muito diferentes: a liberia, o chile e o peru.

a libéria foi um país fundado com o melhor dos objectivos: dotar os escravos libertados nos estados unidos de um país onde livremente pudessem construir a sua vida, junto dos seus antepassados e das suas raízes culturais.
o sonho que levou monroe a juntar o dinheiro para comprar aqueles imensos terrenos e que levou largos milhares de ex-escravos a rumarem de volta a áfrica, tem sido sucessivamente espezinhado por bandos de pequenos bandidos armados em ditadores de pacotilha.
a cidade de monrovia, que porta o nome desse homem que quis construir uma sociedade perfeita num país de homens libertos, está há dezenas de anos manchada pelo sangue de continuas guerras civis que dilaceram a libéria.

esta semana tomo posse a sua nova presidente (a primeira de áfrica, que eu me lembre), ellen sirleaf.
a esperança volta a pairar sobre as gentes da libéria.
como diria o outro: give peace a chance !!!!

michelle bachelet é uma mulher que sofreu na ditadura de pinochet.
o seu pai, ministro de allende, foi preso.
ela teve que fugir do chile para que não lhe acontecesse o mesmo.
com o apoio das mesmas forças que apoiaram allende e o seu pai, michelle bachelet chega a presidenta do chile.
diz-se que conseguiu pacificar as forças armadas chilenas enquanto foi ministra da defesa.
a ver vamos. como diriam os cegos.
mas é uma luz de esperança e de reposição da verdade no chile. 30 anos depois.

no peru ainda não sabemos se lourdes flores ganhará a segunda volta das eleições.
é provável que apanhe a embalagem do vizinho do sul (que é dos países que culturalmente influencia a costa pacífica da américa do sul).

depois dos anos 90 nos terem dado uma imensa sucessão de vitórias femininas (irlanda, sri lanka, indonésia, filipinas, finlândia, nova zelândia, nicaragua), sem grandes resultados diferenciadores, esperemos que estes nos tragam ventos novos.

e bons