23 de janeiro de 2006

back to basics, ou o regresso dos vinílicos em fim de semana cavaquiano

durante este fim de semana, por um daqueles acasos que ocasionalmente acontecem, voltei ao vinílicos.

o meu filho tem estado a reconstruir digitalmente uma série de cassetes audio que o acompanharam no seu começo de adolescente, e não conseguia 'atinar' com um nome'
lá me perguntou e, de repente, tive um daqueles flashes que muitas vezes nos acontecem em que não só 'vimos' a capa do album, como fazemos uma espécie de sample listening automático.
o cantor e o album em questão era o john o'kane e o seu 'solid', a que talvez ainda volte.


depois de muitos risos pela lembrança e muitas buscas infrutíferas pela net sobre o que teria acontecido a tal personagem... nestum de resultados.
uns velhos albuns em segunda mão à venda no ebay e na amazon.

e foi tudo.

prometemos tratar dos pormenores técnicos para digitalizar os vinílicos lá de casa (os que merecem, que serão apenas umas centenas...)

mas no meio da procura do album do john o'kane, tropecei numa série de discos daqueles que ouvi centenas de vezes e que decidi re-ouvir para aferir da sua resistência á prova do tempo.

dois deles não só resistiram, como demonstraram, passados mais de 30 anos, serem ainda discos primorosos.

o primeiro,
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carolanne, da carolanne pegg


a carolanne pegg foi uma daquelas personagens que participou no boom do folk-rock britânico dos finais de 60's.
na viragem da década, gravou com bob pegg (ao tempo seu marido) dois albuns sob o nome de mr. fox (uma banda com bastantes e merecidos créditos, ao tempo).
tocadora exímia de violino, foi, que eu saiba, a primeira a cometer o 'crime' de o electrificar e lhe dar o som que a partir daí todos conhecemos nas bandas de folk-rock.
é no entanto a sua voz que a torna mais característica.

uma espécie de melanie safka ainda mais rouca e 'estranha'.
uma voz que reconhecemos ao primeiro som, cria dependência, e nos faz trautear a sua música muitos anos depois de a ouvir
por razões que nenhuma razão conhece, apenas gravou este disco em 1973, já depois da sua separação de bob pegg. (mas onde tem, entre outros a presença albert lee (um dos maiores guiarristas que as ilhas britânicas já produziram)
em 1988 foi reeditado em cd, com a capa substituida por uma das fotos da contra-capa do album em vinil, onde a senhora não aparece com este cabelo de bruxa, talvez em homenagem a uma das magníficas canções que enchem este album (witches guide).
uma pérola !!!!!!


o segundo disco desta colheita é o resultado do trabalho conjunto de dois dos maiores nomes da história do folk-rock britânico:
john kirkpatrick e ashley hutchings

paralelamente ao seu trabalho nas clássicas banda de folk, john e ashley editaram um album no começo dos 70's chamado 'morris on', dedicado a esta dança popular britânica.
ainda hoje um disco fundamental em qualquer discografia de folk.
o trabalho foi tão bem recebido e tão entusiasmante, que se decidiram a fazer uma coisa bem mais completa, complexa e ambiciosa, a começar pelo nome

the complete dancing master
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neste disco juntam a nata dos musicos folk com alguns dos melhores músicos da música da renascença e idade média (p.e. jeremy montagu, ao tempo dos musica reservata !!! e hoje um mestre entre os mestres dos instrumentos antigos), com alguns actores e escritores britânicos numa mistura de textos clássicos e músicas a fazerem a história da dança popular nas ilhas britânicas e do que se escreveu sobre ela.


olhando para o leque de participantes (phillip picket, da new london consort; bert cleaver (especialista em danças morris), simon nicol (faitport convention, albion band); roger swallow, rod skeaping, jeremy montagu, dave mattacks, gary watson, bernard hepton, francis baines, sue harris, richard harvey, adam skeaping, alan lumsden, michael hordern, sarah badel, terry potter, dave kettlewell, alan ward, fanny warnock, peter knight, ray warleigh, michael gough, alec mccowen, ian ogilvy, elizabeth baines, loni platt, peter vel) só podemos mesmo esperar o melhor
(só indiquei as 'qualidades' dos primeiros para que vocês tenham algum trabalho...)

este disco é, igualmente, um pérola.

e obrigatório ouvir !!!!!

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