24 de dezembro de 2005

Feliz Natal!

Os amigos sabem que aqui no hemisfério sul agora é verão: o sol lá fora anda tostando as pedras, à tarde choverá pesadamente; passamos as vésperas nos abanando. Por isso os pobres infelizes que, nos shopping centers e nas calçadas, se vestem de Papai Noel sofrem horrivelmente, com aquelas roupas pesadas e barbas postiças. Nosso Papai Noel deveria andar de tanga e chinelas, e se abanando.

Uma contribuição autóctone muito bacaninha ao Natal foi dada no sambinha, já velho, de Assis Valente, cuja letra reza assim:

Anoiteceu
O sino gemeu
E a gente ficou
Feliz a rezar
Papai Noel
Vê se você tem
A felicidade
Pra você me dar

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem

Como o Brasil é um lugar sui generis, essa marchinha é de carnaval. Onde ainda toca com freqüência, aliás.

* * *

Bem, desejo aos amigos d'além-mar um Natal estupendo, cheio de libações, comedorias e descomedimentos. Especialmente porque estão em Portugal, lugar onde a boa mesa é boa de verdade. A comer e beber, amigos, e depois a dormitar satisfeitos! Arremedando lá o poeta, olhem que não há mais metafísica que buchos cheios.

Eu cá no trópico lhes garanto que hei de comer e beber a valer. E desde já ergo um brinde em vossa intenção: saúde! Com beijos e abraços aos respectivos recipientes.

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