23 de agosto de 2005

O 1º Post

a convite da T vou colocar, como 1ª contribuição um texto que recebi sobre a problemática dos incêndios.

«Se a área ardida é já maior do que em todo o ano de 2004, será apenas a "seca" a responsável?

Os média querem-nos fazer crer que na origem destes fogos estão as insuficientes estruturas de prevenção primária ou secundária. É evidente que estas estão em défice em muitos pontos críticos do país. Mas isso é devido a um modelo centralista de "desenvolvimento" que tem votado ao abandono o interior, e especialmente, o centro e norte do país. Assim, os terrenos têm sido invadidos ao longo dos anos por uma floresta de produção, com um único rendimento, a madeira de baixa qualidade, para as celuloses (eucalipto) ou para carpintaria (pinho), para alimentar as indústrias "rentáveis", que estão nas mãos de uns poucos grandes grupos, sendo também as responsáveis pela maior poluição atmosférica e sobretudo dos cursos de água, no caso das celuloses (os rios ficam mortos). Para esta indústria mortífera das celuloses, é essencial dispor de uma mancha de eucaliptal que consiga abastecer as suas fábricas directamente, sem ter de negociar com pequenos proprietários ou com intermediários a compra de madeira.
Assim, quanto mais fogos houver, mais pequenos e médios proprietários irão ver-se forçados a venderem as suas terras queimadas, ao mais baixo preço. Torna-se assim vantajosa a compra dessas propriedades pelas empresas de celuloses, que ficam com a garantia de auto-abastecimento e sem necessidade de recorrer aos agricultores/silvicultores. Estes ­ arruinados - apenas lhes resta emigrar para os centros urbanos, havendo uma série de aldeias e mesmo vilas que estão a morrer no centro e centro norte de Portugal, por causa deste efeito de desertificação económica. Trata-se portanto de uma guerra económica pelo fogo, uma autêntica política de terra queimada, levada a cabo pelos grandes interesses. É isso que o governo e os média ao seu serviço escondem, é isso que é preciso denunciar, pois está na base desta catástrofe recorrente dos incêndios estivais.»

parece-me que a problemática dos incêndios não se resolve nem com a compra de mais umas quantas aeronaves... nem com noticiários teelvisivos cheios de belas labaredas., é preciso ir às causas... & não aos efeitos.

acho que para começar, já está um post muy longo...

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