17 de julho de 2005

Uma das "minhas "escritoras



Desta senhora disse o meu bem amado Graham Greene que "conseguiu criar o seu próprio universo, um universo onde penetramos de cada vez com um sentimento pessoal de medo".

É assim o o mundo de Patricia Highsmith, grande escritora de suspense. Não foi por acaso certamente, que o destino dela e o de Hitchcock se cruzaram e produziram filmes como o "Strangers on a train". Bem aventurado Ripley:)

Mas deixemo-la falar sobre os escritores ("A criação do suspense"):

"Como os boxeurs, podemos começar a enfraquecer depois dos trinta, isto é, já não conseguir aguentar com apenas quatro horas de sono e, depois, começamos a refilar por causa dos impostos e a pensar que o objectivo da sociedade é afastar-nos desta profissão.É bom, então, lembrarmo-nos que os artistas existiram e persistiram, como o caracol e o peixe de espinha côncava e outras imutáveis formas de vida orgânica, desde muito antes de se ter pensado na existência de governos."

Highsmith escreve os seus livros duma forma aparentemente simples, em que por detrás duma pretensa normalidade, surgem os mistérios e ansiedades mais inconfessáveis. Enfim, o mundo real e muitissimo perturbador.

Fez quinze  anos que morreu de leucemia , em Fevereiro de 1995. Desde então, muitos a esqueceram.
Quem não a leu, é fundamental fazê-lo. E já!!! O tempo não está para democracias. Vão a uma livraria qualquer e procurem.



(photograph of Patricia Highsmith, Harper & Brothers, Deep Water, c. 1962 © Gina Jackson, photo courtesy private collection / o seu a seu dono)

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