11 de julho de 2005

Ir à praia... ou não

Chegar da praia e tomar um duche com a água a 37 graus. Secar a pele de quem nos acompanha. Deitá-la de bruços, braços abertos qual Cristo feminino, espalhar o creme hidratante pelas costas, pelos braços, pelas coxas… até aos pés. Depois dedicar a cada milímetro de pele a mesma atenção. Os polegares em círculo, as costas das mãos, o meu corpo, tudo serve para que a hidratação seja perfeita.
Deitar-me sobre ela fazendo coincidir a cristã posição, para chegar até à ponta dos dedos. Explorar-lhe a nuca com a ponta língua enquanto as mãos, em esforço moderado, vão massajando os ombros.
Erguer-me e concentrar-me nas nádegas e no interior das coxas. Com a suavidade de quem quase não toca.
Mudar de face, espalhar hidratante pelo peito e pelo ventre. Acariciar até à absorção total. Tudo como se o toque fosse proibido, como se bastasse aproximar as mãos até meio milímetro da pele.
Beijar apenas fazendo sentir a textura dos lábios, lentamente, como se o tempo fosse de quem o usufrui. Humedecer ainda mais as zonas onde o creme é desaconselhado, saborear, brincar com a ponta língua e voltar a acariciar. Até que o hidratante se misture com os outros fluidos e tudo possa acontecer…
Digam lá se há coisa melhor do que ir à praia?

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