17 de janeiro de 2005

Months of war that ruined centuries of history

De facto, e como o Carlos afirmou, as ruínas de Babilónia sofreram, segundo relatórios preliminares de especialistas do departamento do Oriente Médio do British Museum, "danos substanciais" durante os últimos dois anos. Esses danos foram causados pela ocupação por tropas militares (não só americanas, mas também polacas) e a sua real extensão e eventual recuperação deve ser avaliada em estudos subsquentes.
Embora os especialistas reconheçam que a primeira ocupação de tropas serviu para evitar a pilhagem generalizada que ocorreu depois da guerra, e que afectou sobretudo o Museu Nacional e a Livraria Nacional de Bagdad, apontam que a utilização intensiva das ruínas como base, e por um período tão longo, revelou-se extremamente grave para a preservação de um local arqueológico de tamanha importância.

Condeno, claro, tamanho acto de barbárie contra um património único e que é de todos nós. Nunca devia ter acontecido, nunca devia ter sido permitido por quem o podia não permitir. Mas não é novo e reflecte, em minha opinião, o que existe de pior na natureza humana: a ignorância.
Já o que me parece exagero é apontar este acontecimento como um exemplo do imperialismo americano. Já uma vez aqui disse que, em boa verdade, o imperialismo americano não existe. Os EUA limitam-se a desempenhar o seu papel no mundo, o tal papel de "polícias" para o qual foram empurrados, fruto de diferentes condicionantes históricas e económicas. E desempenham-no, umas vezes bem, outras vezes mal. E desempenham-no, apesar de tudo, bastante melhor que outros no passado.
E o que me parece muito desajustado é comparar este acto à destruição dos Budas de pedra de Bamiyan. Nesse caso foi uma clara opção de Estado, tomada e executada por motivos ideológicos, culturais e religiosos.

PP: Não deixa de ser curioso que seja logo a capital dos primeiros "imperialistas" do mundo, a ser a vítima dos actuais "imperialistas"… Um reencontro da história.

PPP: Os velhos senadores da nação estão a discursar, todos juntos, na RTP1. Porra, a situação deve ser mesmo grave...

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