30 de novembro de 2004

3 esconjuros

contra os maus encontros

vamos embora à alvinha do dia
a deus me encomendo e à virgem maria
e à santa bela cruz
que me guarde de cão danado
e por danar

de homem vivo, inimigo
de homem morto, mau encontro
de àguas correntes, fogos ardentes

nosso senhor nos livre das bocas de má gente



contra os maridos transviados

deus te guarde sol divino
que corres o mundo inteiro
viste lá o meu marido?
se tu viste não mo negues!
não mo negues! não negues não!

que esses raios que vais deitando
ao seu nascimento
sejam dores e facadas
que atravessem o seu coração

que ele por mim endoideça
não possa comer
nem beber
nem andar
nem com outra mulher falar
nem em casa particular
que todas as mulheres
que ele veja
lhe pareçam cabras velhas
e bichas feias!

só eu lhe pareça bem no meio delas



contra as trovoadas

santa bárbara de alevantou
se vestiu e se calçou
suas santas mãos lavou
e o caminho do céu andou

lá no meio do caminho
a jesus cristo encontrou
-para onde vais? bárbara vais?
eu não vou nem quero ir,
mas ao céu quero subir
- vou arramar aquela trovoada
que lá anda, lá anda armada

arrama-a bem arramada
lá prós lados do marão
no alto cerro maninho
onde não há vinho ne pão
nem bafo de menino
nem berrar de cordeirinho

só há uma serpente
com 25 filhas
que lhes dá água de trovão
e leite de maldição


no passado sábado passaram 10 anos do passamento de lopes-graça

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