6 de outubro de 2004

Um certo tom a oco

Vieram e foram as férias. Este ano, mais que de outras vezes, a sensação de ser apanhado num sorvedouro no regresso foi mais forte. A sensação de ter sido apanhado na centrifugadora de uma máquina de lavar. Quando a máquina pára a cabeça está vazia e bronca. Não sai nada. O sujeito limita-se a olhar com ar bovino para o écran, a deglutir o texto, com um ou outro sorriso amarelo e pouco mais.

Isto para dizer que tenho olhado, metido uma ou outra microbucha, e seguido em frente. Não é desinteresse, pelo contrário - a vontade de parar e escrever é mais que muita. Há quem diga que isto é a síndrome do herói - só eu pareço poder fazer o que tenho para fazer. As alternativas, contudo, não aparecem.

Acho que me vou dedicar ao futebol. Mentira. Não é para o meu feitio.

Mas continua a haver coisas boas na vida. O Philip Roth tem um livro novo.



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