29 de outubro de 2004

Clandestinidade

Desde há cerca de 1 mês que ando na clandestinidade.
De manhã visto um sobretudo velho, ponho os óculos escuros, saio de casa e dirijo-me em passos rápidos para o carro. Sigo por estradas secundárias e pouco movimentadas, em marcha moderada, para não despertar qualquer curiosidade. Páro nos fundos do hospital e vou directo paro o trabalho… e só aí me sinto seguro. A cena repete-se à tarde, com a agravante de ter que ir buscar os miúdos, e eles acharem estranho este meu ar clandestino. Se, por algum azar, me deparo com algum agente da autoridade, sinto um arrepio frio pele coluna acima e as mãos suam copiosamente. Em casa, recosto-me no sofá, medito e ganho forças para mais um dia de riscos e emoções.
Tudo isto, porque nos calores do Verão passado, foi por duas vezes apanhado em excesso de velocidade, ambas correspondendo a infracções graves e com direito a pena acessória. Assim, há coisa de 1 mês lá recebi a ordem de inibição de condução e como sou demasiado preguiçoso para me meter em impugnações judiciais (que me disseram que é o que está a dar) lá fui entregar, mansinho, a minha carta de condução.
Ora como estão a ver, sou um rasco e irresponsável clandestino… mas o que é que querem, cada um tem a clandestinidade que pode e merece e, cá bem no fundo, sinto-me um secreto herói da resistência empenhado na luta diária contra as forças do mal!

PP: Este historieta infindável do Marcelo, da TVI e da censura já me chateia demais. Hoje ouvi o José Eduardo Moniz a ser entrevistado por um subalterno dele (o que é muito estranho…) e afirmar que não assobiava para o lado enquando fazia exactamente isso… Bom, em relação a esta história tenho uma posição algo própria: não acho nada que tenha havido limitação da normal liberdade de informação, mas sim um abrupto terminar de uma coluna de opinião e, por muito boa que esta o fosse, as opiniões são como as cerejas, há sempre mais uma.

PPP: O Porto perdeu… (risos) … gosto sempre que o Porto perde! E como há quinze dias andava ausente, aproveito aqui para gritar: fomos roubaaaaaados! Aquilo foi um golo claríssimo… em imagens a que só eu tive acesso vê-se, claramente, que a bola chega a tocar a rede do fundo antes do Baía a safar

E obrigado Tezinha :)

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