24 de agosto de 2004

Ora aqui vai desta, de facto não me lembro da minha primeira bebedeira, está perdida algures entre as saídas nocturnas e as ressacas matinais, por isso vou contar uma das que mais me marcou

data: fim de ano em Ourense, finais dos anos noventa

Como de costume, passagem de ano em Espanha, desta vez numa cidade gelada mas acolhedora.
Primeira paragem, um pequeno bar ao lado da catedral, cheio de portugueses armados ao pingarelho, ou seja, de fato e gravata mas sempre com um arzinho azeiteiro a condizer. Solução: beber vários shots de tequilla e partir para a acção
Após beber, entro em acção, qual Ramba do bom gosto.
Quando dei por mim, o alvo escolhido estava de tronco nu, com a camisa atada à cinta e eu com a gravata dele na cabeça

Serviço feito, celebrei bebendo mais, mudei de bebida, passei para um vodka limão.

Saída do local e passeio animado pelas ruas, acompanhada de um amigo que se lembrou de me mostrar uma bebida nova: vodka martini (para quem não sabe, é uma parte de martini rosso para duas ou três de vodka), pois que eu gostei e bebi umas duas.
Feliz e contente da vida continuei a celebrar o fim do ano até que fomos parar a uma discoteca com ambiente seleccionado, ou seja o porteiro não deixava entrar quase ninguém. O dito porteiro tinha uma traquitanga roxa que parecia uma espada Jedi com a qual escolhia quem entrava ou não na discoteca
Eis que a Ramba que há em mim volta a entrar em acção (sempre a defender a honra dos oprimidos alcoólicos), e quando dei por mim, tinha roubado a traquitanga e fugido, e o porteiro com ar pasmado a olhar para mim.
Mas, mas, algo correu mal…. Deixei a traquitanga no meio da rua e refugiei-me num bar, na casa de banho do bar, para ser mais precisa. E “the horror, the horror”, tranquei-me na casa de banho dos homens e não reparei que estava lá um homem (se calhar também escondido, não perguntei).
A Ramba ficou sem forças, cambaleou e não conseguia abrir a porta do wc, era a batalha final e eu tinha perdido…mas alguém me abre a porta e sai para o ar livre…bebo mais um vodka martini e acordo no dia a seguir com a cabeça a pesar mais do que a catedral de ourense.
Vou ter com o meu grupo de amigos e reparo que em nome do bom ar e do decoro as mulheres do grupo não me falam.
A vida duma heroína alcoolizada é muito difícil

Sem comentários:

Enviar um comentário